"Learning to crawl" é um arco paralelo iniciado nesta edição 1.1 que nós leva aos primeiros dias de Peter Parker como Homem-Aranha. Logo após o assassinato de Ben Parker o jovem Peter é forçado a lidar com problemas bem reais como despesas funerais, contas pra pagar e tudo aquilo que você geralmente não precisa se preocupar quando tem 17 anos de idade. Para isso Parker usa o Homem-Aranha para tentar ganhar uns trocados se apresentando como um atração circense. Enquanto isso um outro jovem admirador do Homem-Aranha chamado Clayton Cole desenvolve uma identidade super-heróica baseada em seu ídolo.

Dan Slott inicia aqui um trabalho mais ou menos similar ao que Scott Snyder vem fazendo em Batman: Zero Year. O roteirista trás o personagem lá de suas origens nos anos 1960 e sutilmente atualiza seus primeiros dias como se tudo tivesse acontecido há mais ou menos uma década e meia atrás. Então temos algumas cenas aqui com presença de celulares e laptops, coisa que não havia na origem oficial do Aranha. Nada muito gritante ou que descaracterize o legado de Stan Lee e Steve Ditko. Slott se preocupa aqui em mostrar o impacto da perda do Tio Ben para Peter e May e como eles lidam com a culpa e o vazio deixado pela morte do homem da casa. O problema é que realmente eu não estou interessado nisso. Pode haver alguém que queira saber sobre o desempenho escolar de Peter ou de seu primeiro emprego usando a identidade do Aranha pra fazer showzinhos circenses. Eu não quero ler isso. Por esse motivo foi bem complicado chegar ao final desta edição. Tudo me pareceu extremamente monótono e lento na HQ. Novamente repito, não é uma história ruim, mas francamente é uma história que pouco me interessa.
A arte aqui é de Ramon Perez e o desenhista é escolhido intencionalmente para deixar todo o clima da revista bem "retrô". Os quadros são simples e bem quadrados, temos algumas full pages nas cenas de mais impacto, mas basicamente o design de página e personagens é bem na linha Sal Buscema (com desenhos beeeeeeem mais bonitos). A colorização fosca também faz parte desse clima meio saudosista. Ainda sobre a arte temos uma questão um pouco controversa que gostaria de ressaltar: A Tia May neste arco tem um design clássico com aquele aspecto curvado e decrépito de quem já está fazendo hora extra no planeta Terra. No entanto nas últimas histórias do Aranha atual a mesma tem um aspecto de "Vovó garota", com um corte de cabelo moderno e umas roupinhas mais moderninhas e um aspecto meio atlético. Eu não sei como isso fica acertado entre os desnhistas do título, mas vejo como uma parte meio esquisita no título do Aranha.
Bom esta edição 1.1 é basicamente um olhar mais detalhado sobre os primeiros dias de Peter Parker como o Homem-Aranha. Aqui você não vai ver o jovem sendo super-heróico nem enfretando nenhum vilão conhecido, aliás não tem vilão algum aqui. Isso aqui é basicamente a história de uma família tentando superar a perda de uma figura paterna importante e as oportunidades de crescimento que esta perda oferece ao elenco.
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