Original Sin #0

Original Sin #0 é o prólogo do evento de verão desse ano na Marvel. Pra quem não leu nada sobre o assunto o evento consiste no assassinato do Vigia Uatu e na divulgação de todos os “segredos” guardados pelo cabeçudo durante todo o tempo em que o multiverso Marvel existiu. A premissa fede a retcons múltiplos e a idéia de mudanças na continuidade dos personagens é assustadora demais pra mim.
Sobre esta edição especificamente o que posso afirmar é que é um puta de um gibi bem escrito e muito bem desenhado. O personagem principal do prólogo é o jovem Sam Alexander, o Nova atual que herdou o capacete e as responsabilidades de seu pai que era um antigo memebro da Tropa Nova (sem relação aparente com Richard Ryder). Nas primeiras duas páginas Mark Waid dá um show de simplicidade narrativa introduzindo o personagem com aquela naturalidade que só ele consegue e fazendo você sorrir logo nos primeiros quadros. Mark Waid nasceu pra escrever Nova e ninguém sabia disso. Acho que nem ele mesmo. A história se desenrola a partir do momento em que uma simples dúvida de Sam não pode ser respondida pelos Vingadores: Por que o Vigia vigia? A partir daí somos levados atè a casa de Uatu onde conhecemos um pouco da história deste obscuro personagem sob a ótica de Sam Alexander.
A arte aqui è sensacional. A colaboração conjunta de Jim Cheung e Paco Medina (este último é artista regular em Nova) é um tiro certo. O traço dos dois é quase que indistinguível entre si e isso dá espaço para os artistas capricharem demais nas páginas. Das cenas de ação até os fantásticos quadros na sala de observação do Vigia é tudo muito bem feito e colorizado. Uma arte incrível mesmo.
Não sei como Original Sin será e nem tenho muita esperança de um material muito bom com essa premissa vindo da Marvel atualmente tendo em vista o desastre que foi “Secret Origin of Tony Stark” que tinha um enredo semelhante. O que sei é que Original Sin #0 é uma puta de uma introdução muito bem feita e muito bem escrita. O gibi deixa de lado os medalhões e foca em personagens interessantes que no final da edição descobrem que, apesar de suas grandes diferenças, são bem parecidos entre si.