
Jeff Lemire dá vozes distintas pra cada um dos personagens. Isso parece ser uma coisa óbvia em gibis de equipes, mas tem muito autor que elabora tanto a trama que esquece que cada personagem tem um jeito de falar e agir diferente e é essa interação que muitas vezes cativa o leitor não uma trama ou um conceito mirabolante.
Nesta primeira edição o Doutor Adam Strange busca ajuda de Stargirl e do Homem-Animal que estão no Canadá atendendo a uma convenção tipo uma Comic Con. Strange mostra aos dois artefatos misteriosos que havia encontrado em uma escavação. Ele conta que sua assistente desapareceu na escavação e pede ajuda. Os heróis percebem que os artefatos mostrados por Strange na convenção realmente são perigosos e resolvem ajudar. A partir daí Lemire conduz a história da tundra gelada Canadense aos confins do espaço com uma naturalidade impressionante. No decorrer da edição somos apresentados a uma nova heroína chamada Equinox e no final descobrimos um pouco das intenções do antagonista e o palco está montado para um conflito muito interessante.
A arte de Mike McKone tem muita personalidade e se encaixa perfeitamente aqui. O traço não tem aquela pegada épica tradicional de super heróis de um Jim Lee ou Ivan Reis. Pelo contrário a arte do cara deixa tudo mais intimista e as cenas de ação tem a fluidez necessária sem perder o charme. Gosto muito deste tipo de traço mais discreto e direcionado pra ação.
Justice League United começa com 3 pés direitos. Um elenco com personagens que simpatizo muito caracterizados de maneira correta, uma história direta e sem enrolação e uma arte extremamente competente. Jeff Lemire realmente se apropria destes personagens e escreve como um fã de super heróis gostaria de ler. Parece ser uma tarefa difícil, mas quando o autor gosta do que faz ele faz parecer muito fácil. Do Canadá para o infinito. Estou bastante empolgado com este material.
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