sexta-feira, 4 de julho de 2014

Original Sin #5

O misterioso evento de verão da Marvel chega a sua segunda metade. Na quinta parte de Original Sin descobrimos o que Nicholas Fury vem fazendo paralelamente a seu trabalho como super espião e diretor da S.H.I.E.L.D.desde o finalzinho da década de 1950. O que Nick tem feito desde aquela época é matar. Matar muito.
Jason Aaron sabiamente dá um tempo no formato das edições anteriores (múltiplos núcleos narrativos) e escreve uma edição inteira na qual lemos sobre o passado obscuro do espião e sua influência nos bastidores da história do Universo Marvel nos últimos 60 anos. Para os reclamões, isso aqui não chega a ser um retcon  e sim uma história oculta que mostra a relação do personagem com Howard Stark, os Skrulls e com os assassinatos descobertos pelos grupos de heróis nas edições anteriores. É muito interessante enxergar a história do Universo Marvel sob o olhar de Fury, uma boa amostra disso é a cena mostrando o início de carreira do Homem-Aranha. Aaron nos entrega um ótimo exemplo de como uma viagem ao passado pode ser interessante e divertida sem apelar para os malditos retcons. Ah, e a única fala do Justiceiro em toda esta edição me fez gargalhar. Ponto para o roteiro.
A arte de Mike Deodato mantém o ótimo nível das edições anteriores. Apesar de termos um elenco menos diversificado aqui o desenhista nos entrega quadros clássicos em cenas de espionagem. Temos aqueles headshots certeiros de Fury e cenas de ação com enquadramento muito bem pensado na invasão alienígena inicial. Durante os flashbacks o artista usa o recurso dos "quadros em branco" em algumas páginas novamente dando a entender que Fury não está contando exatamente tudo o que aconteceu e ainda esconde alguma surpresa. Ótimo trabalho gráfico em toda esta edição novamente.
Original Sin faz uma bem vinda pausa para revelar um de seus grandes "pecadores" (trocadilho meio estúpido, eu sei). Jason Aaron escreve (notem que não usei o termo "re-escreve") mais um capítulo secreto da história da Marvel e consegue resgatar a relevância que Nick Fury já teve na editora algum dia. Este é um tipo de história bem delicada para um roteirista pois qualquer escorregão pode ocasionar uma lambança cronológica e um festival de mimimi por parte dos fãs. Felizmente o autor trilha um caminho seguro e enriquece a história da editora sem fazer nenhum estrago. A arte se mantém impecável e fico bastante otimista com o futuro da saga.

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