quinta-feira, 31 de julho de 2014

Guardians of the Galaxy (2013-) #16

Os Guardiões estão separados e espalhados pelos confins da galáxia. Cativos de diferentes espécies e enfrentando cada um seus problemas. Neste edição Carol Danvers estréia de fato na equipe cósmica da Marvel em uma entrada triunfal salvando Peter Quill de seu pai, o rei J'Son. Enquanto isso Angela vai ao resgate de Gamora, prisioneira dos Badoon em Moord. Drax desafia o Gladiador para um duelo no plnate anatal Shiar e Flash Thompson tenta recuperar de volta seu simbionte alienígena, preso pelos Skrulls.
Brian Michael Bendis foi extremamente feliz em separar o grupo desta forma nas últimas edições. As situações criam um senso de abrangência e magnitude para este título e dão oportunidade de toda a equipe ter seu momento sob os holofotes. É claro que aqui o show fica por conta das cenas de luta de Gamora e do diálogo intenso entre Quill e seu pai em Spartax, mas temos bons momentos em todas as cenas e a história é bem divertida.
A arte nesta edição é uma colaboração entre Nick Bradshaw, David Marquez e Jason Masters e o trabalho dividido é benéfico. Apesar das sequências entre Quill, Venom e Drax por exemplo terem artes bem distintas entre si os desenhistas são todos muito competentes e devido a divisão de tarefas a arte nesta edição acaba se tornando muito interessante. A cena entre Quill e seu pai e o detalhe na arma de Peter é meu quadro favorito de toda esta HQ. Ainda temos ótimas cenas de uma batalha bem violenta com Gamora e Angela para coroar um trabalho gráfico de alto nível.
Guardians of the Galaxy 16 é uma leitura bem divertida que finalmente introduz a Capitã Marvel como uma das protagonisas da equipe e põe todos os outros personagens em situações nas quais eles tem que se virar quase sozinhos. Outro ponto positivo foi que a edição toda consegue se sustentar sem Rocket que aparece em uma cena bem curtinha e totalmente fora de combate sob o domínio dos Kree. Boa leitura de uma das séries mais bacanas da Marvel atualmente.

Robin Rises: Omega (2014)

Robin Rises Omega é uma One-Shot que introduz a saga Robin Rises no universo do Cavaleiro das Trevas. A caçada pelo cadáver de Damian Wayne terminou em Batman and Robin 32 (já resenhada) e no final daquela edição temos a chegada das tropas de Apokolips comandadas pelo servo de Darkseid, Godfrey no Tibet.
Sobre esta edição especificamente é interessante notar que ela começa fazendo uma ótima retrospectiva da história de Damian que data desde antes dos Novos 52. O flashback é bem objetivo e ótimo para situar novos leitores além de relembrar alguns momentos marcantes da curta carreira do jovem para os leitores mais antigos.
Daí para frente o autor Peter J. Tomasi inventa uma justificativa que achei meio forçada para o conflito entre Godfrey e suas tropas e Batman, Ra's Al Ghul e Frankenstein.É pancadaria o tempo todo e quando parece que tudo está perdido temos aquela clássica cena de "cavalaria chegando" que eu não quero estragar aqui. Ainda nesta edição Batman descobre um pouco mais sobre o cristal que Ra's Al Ghul pretendia usar para ressuscitar Damian e Talia.
Não é um início muito promissor para a volta de Damian. Temos bastante ação durante praticamanete todas as 39 páginas desta edição. Mas acho que juntar Darkseid e o tal cristal do caos com o retorno de Robin desviou um pouco o foco do jovem para outra trama. Isso acaba deixando Robin e a própria situação de Batman meio que em segundo plano desde que lemos a palavra "Darkseid" na HQ.
A arte de Andy Kubert sinceramente nunca me agradou nem na época em que Jubileu ainda era virgem. Não sou fã do traço do cara e acho que o artista foi uma escolha errada para este One-Shot que tem um tamanho um pouco estendido. Você nota claramente que a medida em que a história avança o design de página e os quadros vão ficando mais degradados e corridos. Existem cenas realmente lamentáveis (a das baleias) nesta HQ e isso poderia ser evitado escalando um artista menos relapso e mais caprichoso como o próprio Patrick Gleason que já trabalha com Tomasi em Batman and Robin.
Apesar do foco da narrativa não ser Robin e nem muito o Batman dá pra se divertir lendo esta edição. Omega é um início que empolga não pela expectativa do retorno de Damian Wayne, mas sim pela volta de Apokolips ao Universo DC pós-Novos 52. Talvez Peter J. Tomasi tenha feito isto intencionalmente, meu palpite é que o autor mirou no que viu e acertou o que não viu. A arte desta edição poderia e deveria ser muito melhor. O roteiro que é pura ação pode acabar agradando o leitor exclusivamente pelo prazer de ver cenas de batalha entre heróis da Terra contra seres de outra dimensão. A justificativa para essa batalha no entanto é fraca e não convence quem está lendo.

Batman and Robin (2011-) #32: Ra's al Ghul

Batman e Frankenstein descobriram finalmente o local do poço Lazarus que Ra's Al Ghul pretende usar para ressuscitar Damian Wayne e Talia Al Ghul. Ra's usa um misterioso cristal para ativar o poço que estava dormente e explica que o cristal é uma poderosa fonte catalisadora de energia e foi usado também na gestação de Damian quando bebê.
É lógico que os ânimos se exaltam (pra dizer o mínimo) e a batalha entre Ra's e Batman, que começa no templo chamado "Nanda Parbat" e se estende pelas montanhas geladas do Tibet é violenta e cheia de ódio. Batman leva para o lado pessoal e a luta é feia com direito a pisão no estômago, dedo no olho e soco no pescoço. No final descobrimos a verdadeira orgem do cristal misterioso quando tropas de Apokolips (é isso mesmo!) lideradas por Godfrey, o glorioso surgem de um portal e clamam pelo objeto.
O argumento de Patrick J. Tomasi aqui é bem simples. Temos uma edição basicamente só com lutas corporais. O problema é que esse lance de sarcófagos pra lá e pra cá anda me incomodando neste título. Tudo bem, tem que haver um objetivo pra todos estes conflitos, mas dois cadáveres não são uma bolinha de tênis e nesta HQ e principalmente neste número aqui é assim que os corpos de Talia e Damian são tratados. Tirando isso gosto muito de como o autor apresenta Batman com uma postura meio descontrolada passando do sentimento de dor pela perda do filho até um ódio louco direcionado a Ra's.
Os desenhos de Patrick Gleason são muito bons. Mesmo com a confusão toda de sarcófagos pra lá e pra cá o artista consegue manter um padrão de qualidade durante toda esta edição. O detalhe dos rostos é muito bem feito, principalmente de Frankenstein e a luta entre Batman e Ra's é tudo que se espera de um confronto raivoso entre dois caras treinados para matar como esses dois.
Batman and Robin 32 é de fato o prelúdio imediato para Robin Rises, arco que promete trazer Damian Wayne de volta dos mortos (a história continua no One-Shot chamado "Robin Rises Omega"). A edição é interessante mais pelo conflito bem feito e bem desenhado entre Ra's Al Ghul e Batman. De resto não há nada muito empolgante. O fato dos cadáveres serem jogados pra lá e pra cá é meio estúpido e é o único ponto realmente negativo de uma leitura divertida.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

New Avengers (2013-) #20

Esta edição começa revelando um pouco mais do trato de Stephen Strange para conseguir mais poder naquele período em que ele vagou pelos mercados das dimensões obscuras. Depois...
É PORRADA ESTANCANDO! É E ISSO QUE O POVO QUER VER!
Os Iluminatti encontraram um grupo talvez mais poderoso que eles na forma da Grande Sociedade (que muita gente já está chamando de Liga da Justiça genérica) e esta edição continua no mesmo clima de batalha no fim dos tempos do final de New Avengers 20. Hulk tomando um couro de Sun God. Namor contra Jovian. Tony Stark se fode todo nas mãos de Boundless. E Raio Negro persegue Dr. Spectrum que tenta impedir a detonação da bomba universal no universo 616.
Simplesmente foda esta edição. Ação e mistério na medida certa. Diálogos curtinhos. Sem narração filosófica. Sem babaquice. Recheada de cenas fodonas e um momento EPIC WIN do Doutor Estranho, humilhando o tal The Norn. Empolgante demais. Nem preciso descrever muita coisa aqui. Ponto pro Hickman. Aliás, pontos pro Hickman.
A arte de Valerio Schiti aqui é SENSACIONAL. Não estou exagerando não. Vocês sabem que eu sou chato. Mas os quadros são lindos. Todos os personagens tem cenas extremamente bem feitas e a batalha é violenta e bela ao mesmo tempo.
Essa resenha é bem curtinha mesmo. A batalha entre os Illuminatti e a Grande Sociedade talvez seja o momento mais empolgante do run de Jonathan Hickman em New Avengers. A arte nesta edição é especialmente caprichada. Não preciso ficar inventando motivos pra vocês pegar isso aqui e devorar não. Ótima edição e que detonem essa porra dessa bomba logo!

The New 52: Futures End #9

Lois Lane finalmente chega às misteriosas coordenadas (no meio do oceano índico) que recebeu naquele pacote lá no início da saga. Grifter descobre um pouco mais sobre os objetivos do Exterminador, Fifty Sue e do povo da Ilha Cadmus. Superman (de capacete) contra Rampage em metrópolis! Batman do Futuro tem que decidir o que fará a respeito da descoberta de Mr. Terrific. E os agentes da S.H.A.D.E. descobrem que nem todo o Stormwatch está morto.
Novamente temos uma edição bem movimentada em Futures End. Ao contrário da oitava parte da saga aqui temos bastante coisa relevante acontecendo em cenas bem curtas entre si, levando no máximo 3 páginas entre uma e outra. O time de roteiristas capricha um pouco mais nos diálogos também e a atitude do Superman neste número é meio selvagem e inesperada. Gostei bastante.
Patrick Zircher retorna ao comando da arte nesta edição e é muito bem vindo.O artista eleva bastante o nível dos desenhos nesta publicação que tem artistas intinerantes. Quadros simples com telas bem acabadas e caracterizações precisas de todo o numeroso elenco. As cenas da S.H.A.D.E. foram minhas favoritas aqui.
Futures End 9 é uma boa edição para uma saga semanal que tem por caraterística um ritmo mais cadenciado e inúmeras tramas paralelas. A HQ foca em linhas narrativas que parecem ser as mais interessantes e faz a história avançar em todas elas. A arte tem um grande salto de qualidade em relação a números anteriores e me diverti bastante lendo isso aqui.

Batman (2011-) #32

Penúltima parte do arco que conta como foi o primeiro ano de Bruce Wayne como Batman. Zero Year chega a sua 12ª parte enquanto o Cavaleiro das Trevas e Lucius Fox finalmente conseguem acessar a rede de comunicações do Charada, que domina e controla toda Gotham City, agora uma cidade selvagem.
Pra quem está curtindo esse Batman-McGuyver é uma edição excelente, com o Morcegão e Fox invadindo e descobrindo finalmente de onde o Charada está controlando a cidade.
Scott Snyder entrega uma edição onde as sementes que foram plantadas nos números anteriores podem finalmente ser colhidas. Tirando um pequeno flashback sobre o passado de um certo mordomo tudo aqui tem um ar de frescor e novidade, mesmo em uma mitologia tão esgotada como a do Batman. Esse é o tipo de edição em que você torce pelo protagonista o tempo todo e isso renova um pouco sua fé na franquia. O roteirista prova que não custa muito escrever uma história simples e boa, se houver dedicação, tempo hábil e capricho de quem trabalha.O Charada é elevado a um patamar digno de sua história na DC Comics e as páginas finais aqui são tensas e chegam a irritar pois eu queria ler mais coisa.
A arte de Greg Capullo com finalização de Danny Miki é um exemplo de originalidade, clareza, classe, boas idéias de enquadramente e um acabamento singular. Seja nas páginas povoadas de pequenos quadros e recheadas com balões de diálogos, ou na sequência final com quadros maiores e épicos o trabalho desse time de arte já está eternizado na história do Cavaleiro das Trevas. É uma das equipes de arte mais competentes que já rabiscou um Batman na história da DC Comics. E isso é dizer muito.
Batman 32 é irritante de tão boa. Eu queria uma double-size que fechasse logo esse arco pois a tensão que Snyder conseguiu imprimir nesta última parte (chamada "Savage City") é insuportável pra quem é fã do morcego. Aconselho ler tudo de uma vez, mensalmente é desgastante. De qualquer maneira não considere isso como uma crítica negativa. Minha irritação só é um mero reflexo da qualidade do roteiro de Synder, que deixa o leitor roendo unhas e pronto para as próximas edições. Com uma arte extraordinária o penúltimo capítulo de Zero Year é uma leitura de alto nível digna do protagonista e desse elenco imortal.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Captain America (2012-) #19

A Marvel e o roteirista Rick Remender anunciam este arco "The Iron Nail" como a história que vai mudar a vida do Capitão América para sempre. Pelos anúncios recentes vocês já tem idéia do que vai acontecer então não preciso ficar explicando. Nesta edição temos a terceira parte do arco na qual o Gungnir, o porta-aviões mais poderoso da S.H.I.E.L.D. já está sob comando do vilão Prego de Ferro e do bizarro Dr. Mindbubble. Steve, a bordo da nave tem seu primeiro confronto direto com os dois e no final é aprisionado pelo controle mental do vilão (isso era inevitável, né?)
Remender novamente entrega um puta roteiro de ação nesta edição. Desde o início já temos Steve Rogers chutando, socando e "escudando" tudo em seu caminho. O cara é mostrado como uma máquina de bater aqui. Em algumas cenas temos Maria Hill tentando se virar e Jet Black tira a bunda do sofá e parte pra dar uma mãozinha para o Capitão. Mas basicamente esta edição é pura ação. Não acho que esses dois antagonistas sejam os mais adequados pra promover tais "mudanças" drásticas no personagem. Na verdade os dois vilões tem menos carisma que um pote de granola. Mas não posso negar a qualidade desse roteiro. É simples e funcional. Sem enrolação.
A arte de Nick Klein continua perfeita pra essa HQ. O cara não faz nada demais e não reinventa a roda, mas as cenas de ação são precisas, impactantes e diretas. O enquadramento é reto e sem frescura e a movimentação do Capitão é empolgante. O desenhista poderia ter optado por uma mega splash page com a queda dos porta-aviões, mas mantem quadros menores para a batalha aérea e foca a ação na luta de Steve contra a verdadeira e horripilante face do Prego de Ferro. Sem frescura e perfeita essa arte.
Captain America 19 é um puta gibi de ação. Porrada o tempo todo como deve ser e há até uma motivação e um escopo maior que deve mudar mesmo a vida desse elenco todo. Os antagonistas novamente ainda me parecem bem genéricos e sem graça e o cliffhanger final é totalmente previsível. De qualquer maneira o arco está divertido e a arte é muito legal. Boa leitura. 

Avengers (2012-) #32

Capitão América, Viúva Negra e Starbrand 5000 anos no futuro. Contemple a inevitabilidade dos fatos, Capita! O que restou dos Vingadores que foram passear pelo fluxo temporal (os demais já voltaram para 2014) tem muitas respostas sobre as incurssões, sobre o final da saga anterior "Rogue Planet" e sobre o futuro de todo o multiverso Marvel. O guia desta edição é Franklin Richards, o onipotente rebento do primeiro casal da Marvel. Franklin revela duras verdades ao Capitão e sana muitas dúvidas de todos nós que estávamos meio que boiando.No final uma pequena surpresa cósmica em relação ao jardim onde o encontro entre os protagonistas ocorre. Empolgante.
Essa é uma daquelas edições brilhantes de Jonathan Hickman (já era tempo). O autor retribui toda a nossa paciência com diálogos extremamente bem escritos entre Franklin e o Capitão América sobre os fundamentos do espaço-tempo. Com um mínimo de massa cinzenta você consegue entender muita coisa que parecia só ter explicação na cabeça do autor e o leitor torce pra que o escopo proposto por esta edição se estenda para todo o Universo Marvel.
A arte de Leinil Francis Yu até me agradou nesta edição. Não sei se intencionalmente, mas os quadros estão mais retos e o enquadramento das cenas é mais "normal". A caracterização continua inadequada (minha opinião) pra este tipo de título, mas a arte aqui atendeu às minhas expectativas.
É muito bom ler uma edição como esta. Um argumento adulto e com conceitos filosóficos sobre a existência da Marvel, mas justo e inteligível pra quem está pagando pelo preço da capa. A revista toda não tem UMA cena de ação e mesmo assim prendeu a minha atenção mais do que o decote da Skye em Agents of S.H.I.E.L.D. Isso tudo porque o autor teve o cuidado de aplicar seus dons na medida em que o leitor mais casual possa compreender, mas sem alienar o cara que estava curtindo seus conceitos loucos de ficção. Avengers 32 é o balanço perfeito e me lembra muito a fase Hickman no Quarteto Fantástico, onde a sensibilidade e a ficção se misturavam perfeitamente. O formato meio "Fantasmas de Scrooge" colocando o foco no Capitão durante os saltos temporais é uma sacada genial e torço de todo o coração pra que o tom permaneça assim nas próximas edições.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Avengers World (2014-) #4

Starbrand, Mulher-Aranha, Gavião-Arqueiro e Nightmask investigam a cidade dos mortos em Velleri, na Itália onde toda a população desapareceu. Starbrand é atraído por um espírito desgarrado e revê um de seus piores pesadelos: As pessoas que morreram quando ele recebeu a dádiva de seus poderes cósmicos. Os Vingadores percebem que apesar de terem dois dos seres mais poderosos do universo ao seu lado, estão impotentes contra ameaças espirituais e feitiços neste momento. No porta-aviões da S.H.I.E.L.D. o Capitão recruta um especielista em magia. O jovem Sebastian Druid. No fim temos o retorno de uma vilã clássica dos Vingadores: Morgana Le Fay.
Apesar de eu curtir a proposta de Nick Spencer de dividir os Vingadores em times atacando ameaças distintas pelo globo terrestre senti que faltou alguma coisa para edição ficar melhor. Talvez, mais ação. Existe um clima intencional de mistério durante toda a edição, mas a conclusão é meio que manjada. O menos mal é que aprendemos um pouco mais sobre Starbrand e sua vida pré-Vingadores.
A arte de Stefano Caselli por outro lado é excelente. O desenhista dá um show de imagens e todas as cenas aqui são extremamente bem feitas. O traço de Stefano continua na mesma vibe energética de seus tempos de Guerreiros Secretos e nas cenas de ação ou nos flashbacks o trabalho gráfico é impecável.
Avengers World 4 mantem a proposta dos times divididos e foca em um grupo interessante de personagens. Talvez a premissa de uma cidade cheia de espíritos amargurados não tenha sida a mais feliz para o roteirista, mas a arte arrebatadora compensa essa momentanea falta de criatividade neste número.

É POSSÍVEL SER FELIZ SEM MARVEL OU DC (Ou 6 HQs de outras editoras que você DEVERIA estar lendo AGORA)


Quem é melhor? Marvel ou DC? Desde que comecei a ler minhas Hulks e Batmans lá em 1988 (eu sou velho mesmo, foda-se) essa sempre me pareceu a pergunta mais recorrente entre os (poucos) fãs e leitores de HQs que me cercavam. Com o advento da internet a fanboyzagem (ou fanboyzice, como você preferir) antingiu níveis estratosféricos gerando discussões infinitas e sem propósito por todos os fóruns e redes sociais possíveis.


O que a maioria dos fãs de quadrinhos não percebem é que as duas editoras nas últimas décadas se prenderam a moldes editoriais bem definidos e baseiam suas publicações muito mais na receita que elas podem gerar do que na qualidade do material. Editoras de menor exposição atualmente tem títulos muito superiores aos das "majors" pois rompem paradigmas estabelecidos e dão liberdade criativa e oportunidade aos seus autores.
Agora que todos os fãs das duas editoras estão devidamente e proporcionalmente PUTOS comigo posso apresentar o propósito do tópico que é: Mostrar a todos vocês que não é necessário gastar um tostão do seu rico dinheirinho atualmente nem com a DC nem com a Marvel para preencher seu tempo livre com quadrinhos de qualidade. Aqui eu apresento somente 6 títulos (existem muitos outros) de outras editoras que são melhores que qualquer coisa que você possa encontrar atualmente nas grandes editoras do mercado. Então larga essa porra desse Flash ou desses X-Men e dá uma olhada na listinha abaixo.


Aquaman (2011-) #28

Arthur Curry salva um mergulhador em apuros e descobre a base Triton, um posto avançado sub-aquático comandado pelo Sr. Blythe e que (é claro) tem o envolvimento do Dr. Shin. O regente da Atlântida nem desconfia, mas esse mesmo mergulhador promete dar um trabalho do cacete em seu futuro próximo. De volta a terra firme Arthur e Mera enfrentam um dos maiores desafios do herói desde sua re-estréia nos Novos 52: Uma reunião de colegial onde Arthur re-encontra todos os seus colegas de classe. Enquanto o soberano dos mares tenta sobreviver a esse martírio seu tridente sagrado é roubado. E isso também vai dar merda nas próximas edições.
Muito divertido este roteiro de Jeff Parker. A HQ mistura muito bem as cenas de ação marinha, alguns flashbacks interessantes e as cenas na reunião humanizam bastante Arthur e Mera. Edições como essa aproximam o leitor dos protagonistas. Parker entende essa mecânica e a explora de maneira dosada e inteligente.
A arte de Paul Pelletier é correta e adequada. Temos boas cenas submarinas e dá pra notar o cuidado do artista com as expressões, e caracterização diferenciada do elenco nas cenas na escola de Arthur. Não é o tipo de arte pra você ficar babando em cima da HQ, mas é funcional e transmite bem a idéia do roteiro proposto.
Aquaman 28 é uma grata pausa e além de tornar os protagonistas muito mais humanos com uma simples história ainda introduz dois novos (e enormes) problemas na vida do Rei dos Mares. Roteiro simples e caprichado e arte adequada.

Batman Eternal (2014-) #11

Batman Eternal 11 nos leva até a cidade maravilhosa.
No meio do Rio de Janeiro, Barbara Gordon procura por um ator de novelas (É isso mesmo!) que foi filmado durante aquele incidente no metrô de Gotham que levou a prisão de James Gordon. Lá ela enfrenta a vilã Escorpiana (alguém lembra?) e receba ajuda de El Gaucho, o Batman Argentino (Pra quem não está familiarizado com esse elenco meio bizarro sugiro uma leitura de Batman Inc. do Morrison) e do Capuz Vermelho. Voltando à Gotham, Julia Pennyworth ainda está muito ferida após o confronto em Hong Kong e é tratada por seu pai, Alfred. Stephanie Brown finalmente descobre a origem secreta de seu pai, o vilão Cluemaster. No cemitério da cidade temos um encontro melancólico entre Selyna Kyle e Batman.
Apesar de termos bastante ação nesta edição o foco demasiado do roteiro em Batgirl, Capuz Vermelho e a situação no Rio de Janeiro parece uma tentativa da equipe de roteiristas de forçar uma barra pra "internacionalizar" a família morcego. Toda a parte no Brasil é cheia de ação, mas soa desnecessária e descolada do contexto geral da série. Não achei um argumento objetivo aqui e nem muito construtivo. Tirando as curtas cenas de Stephanie Brown todo o conteúdo aqui é bem chatinho.
A arte de Iam Bertram é sim um salto de originalidade em relação aos desenhistas anteriores. O estilo do cara é muito distinto e lembra (de longe) aqueles desenhos meio disformes e cartunescos de Rafael Grampá, no entanto não chega nem perto do trabalho do Brasileiro. Os personagens tem um visual bem fantasiosos e nada realistas. Particularmente pra que um artista me faça gostar deste tipo de trabalho gráfico ele precisa ser MUITO foda, como Grampá. Não é o caso aqui. O Rio de Janeiro é retratado de forma genérica na HQ, e tirando alguns painéis pequenos, com paisagens mais marcantes, não tem nada que diferencie muito o cenário da cidade.
Batman Eternal 11 é uma edição bem fraquinha. Principalmente por causa do roteiro. Excluindo a passagem com Stephanie Brown não tem nada de muito interessante pra ler aqui. A arte não é ruim, mas esse estilo não me agrada. A história não se move e as cenas no Brasil parecem deslocadas da trama geral.

Captain America (2012-) #18

Muita ação nesta edição. O vilão Iron Nail usa Nick Fury Jr. para acessar a maior arma da S.H.I.E.L.D., um puta porta-aviões que aparentemente se transforma em um robô gigante estilo Jaeger (de Círculo de fogo do Del Toro). O veículo se chama Gungnir e é imenso. Enquanto o vilão Iron Nail e o estranho Doutor Mindbubble tocam o terror na S.H.I.E.L.D. Capitão América e o Falcão enfrentam soldados dominados mentalmente pelos vilões no meio do deserto do Saara. No final, um salto desesperado de Steve Rogers que consegue alcançar o Gungnir a tempo de sua partida.
Não lia algo tão movimentado escrito por Rick Remender há algum tempo. O ritmo aqui é frenético e a quantidade de ação é digna de storyboard de algum filme com Bruce Willis. Ótima interação entre o Falcão (que vem ganhando cada vez mais espaço neste título e já está pegando a filha de Arnim Zola pra quem não sabe) e Rogers. A motivação dos vilões continua me parecendo bem rasa, mas estou pouco me fudendo. A história é boa de ler.
A arte de Nick Klein aqui é o destaque da edição. O desenhista imprime ritmo, dinâmica e as cenas de ação tem todo o impacto que se espera de uma HQ do Sentinela da Liberdade. Os cenários são bem feitos, as expressões e enquadramento são ótimos e em geral a arte funciona perfeitamente com este roteiro.
Captain America 18 é uma pisada forte no acelerador do título. Chega do "nhé nhé nhé" das edições anteriores. É hora do Capitas chutar bundas, mesmo que seja da S.H.I.E.L.D. Argumento bem conciso e direto e uma arte matadora. Ótima leitura.

Justice League (2011-) #31

A casa caiu, Sr. Wayne! Lex Luthor sabe de tudo sobre suas escapadinhas noturnas como Cavaleiro das Trevas. Seguindo a trilha deixada após a revelação da indentidade secreta de Asa Noturna em Forever Evil, Luthor vai até a mansão Wayne e tenta convencer Batman de que é uma ótima idéia tê-lo na Liga da Justiça. O ex-vilão (será mesmo?) inclusive descobre a entrada da Batcaverna nesta edição. Enquanto isso na Sala de Justiça (No novo satélite-base da Liga), Ciborgue tenta manter Shazam entretido duranto o árduo trabalho de monitoramento de ameaças globais. Logicamente Billy Batson, como todo adolescente não vai aturar essa chatice e usa seus poderes para conjurar algum tipo de diversão. Ainda nesta edição temos Capitão Frio sendo contratado pela Lexcorp e surge a nova Power Ring. Ah, esqueci de mencionar a última página tem SPOILER ALERT! É claro que você já sabia disso... A estréia da Patrulha do Destino nos Novos 52.
Geoff Johns entrega uma edição bem interessante este mês com ótimos diálogos entre Bruce Wayne e Lex Luthor e cenas curtas e divertidas no Satélite e na Lexcorp. É notória a preocupação do autor em justificar a nova formação da Liga da Justiça com as adições de Luthor e Frio, então não acho que a trama esteja andando devagar demais. De fato temos poucas cenas de ação aqui, mas nada que deixe a leitura monótona.
A arte de Doug Mahnke continua caprichadíssima neste título. Dá pra notar em algumas passagens que o desenhista ainda não está totalmente acostumado com esse elenco. A cena bem curtinha onde vemos Superman e Mulher-Maravilha voando é um exemplo. Entretanto mesmo com a saída de Ivan Reis este continua sendo um título com arte de alto nível. As cenas entre Ciborgue e Shazam principalmente são muito bem feitas e o design da nova Patrulha do Destino é fiel ao original mas tem um certo toque atual. Bem equilibrado entre o passado e o presente.
Justice League 31 é mais um passo em direção ao novo caminho desenhado por Johns e Cia. para o maior time de heróis da DC. As mudanças de formação propostas são bem radicais então considero justo autor esteja levando o tempo necessário criando o pano de fundo para que as mesmas não pareçam abruptas ou forçadas demais. Me diverti lendo esta edição e fico ansioso pelo papel que a nova Patrulha do Destino terá nos Novos 52.

sábado, 26 de julho de 2014

The United States of Murder Inc. #1

Dos criadores da série vencedora do prêmio Eisner "Powers", Brian Michael Bendis e Michael Avon Oeming estréia esse ano pelo selo Icon "United States of Murder Inc."
Na primeira edição somos apresentados ao jovem ítalo-americano Valentine Gallo em sua cerimônia de iniciação na máfia de New York, chefiada por Don Bonavese. Em sua primeira missão para a máfia Valentine deve entregar uma simples valise ao Senador Fuller em Washington D.C. Na viagem ele conhece a casca-grossa Jagger Rose, que tem a missão de proteger e orientar o novato. Como é de se esperar em uma história do Bendis as coisas fogem ao controle do protagonista durante a missão e da metade pra frente não posso revelar muita coisa sem estragar a leitura dos senhores, mas temos um puta cliffhanger já no final desta estréia.
Como já disse algumas (muitas) vezes, Brian Bendis escrevendo material autoral é completamente diferente de Brian Bendis escrevendo para uma Marvel ou DC. Não tem enrolação, não tem pudor, não tem artifícios narrativos pra manter as vendas em alta, não tem personagens que aparecem e somem do nada e não tem forçação de barra. O que temos aqui é o início de uma excelente trama dramática de máfia e crime que deixaria qualquer fã da Família Soprano agradecendo ao fantasma de James Gandolfini. Diálogos muito bem pensados e cenas bem interessantes (a conversa entre Valentine e Rose no trem é muito bem feita). Os personagens tem voz própria e a história já te fisga na primeira cena.
A arte de Michal Avon Oeming depende muito do gosto pessoal do leitor. Dentro de seu estilo bem peculiar o desenhista faz um trabalho extremamente competente, tornando a narrativa dinâmica e os personagens já tem seu visual bem icônico e distinto. No entanto repito, o leitor tem que comprar a idéia de uma arte mais "cartoon" em um título adulto. Particularmente acho bem legal o trabalho de Oeming, mas você pode não gostar.
United States of Murder Inc. 1 vem com uma caralhada de material bônus em sua edição digital (pelo preço de uma edição simples). Todo o roteiro original e sketches estão disponíveis em 87 páginas de HQ. A estréia do título é matadora. Os personagens são cativantes e a arte é bem consistente. Bendis e Oeming criam com extrema facilidade um universo real no qual a máfia nunca perdeu seu poder nos EUA. E eu, como fã de roteiros criminais, estou louco pra ler muito mais disso aqui. 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

The New 52: Futures End #8

Na Ilha Cadmus Grifter descobre que a sua nova parceira, a menina Fifty Sue é muito mais cascuda do que aparenta ser. Lois Lane continua sua investigação sobre os itens enviados ao seu apartamento. Jason Rusch recebe uma visitinha do Superman (de capacete) e é questionado (e meio que toma um esporro) sobre o sumiço de Nuclear. No espaço, os novos agentes da S.H.A.D.E. encontram os corpos do Stormwatch. E é revelada uma nova ameaça misteriosa em um templo no Sul da Ásia (o simpático rapazinho da capa).
Novamente é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo em Futures End 8. Quando você começa a ficar confortável a equipe de roteiristas formada por Brian Azzarello, Keith Giffen, Dan Jurgens e Jeff Lemire muda abruptamente a direção da narrativa te levando de um ponto a outro do Universo DC e deixando o leitor cada vez mais intrigado. Os diálogos continuam simplificados ao máximo e temos pouca ação aqui (excluindo a última cena).
A arte de Scott Eaton é bem regular e não compromete o fluxo da leitura, mas também não chega a impressionar. O destaque fica para as cenas no espaço com a S.H.A.D.E. nas quais o artista consegue gerenciar uma grande quantidade de ação, com muitos personagens em um número reduzido de páginas sem confundir a leitura.
Futures End 8 não é espetacular. Longe disso. Individualmente esta é uma edição bem mediana, no entanto avaliando o quadro geral ela é a primeira que dá alguma pista sobre o futuro da série e temos algumas poucas cenas mostrando qual o estado do Superman daqui há cinco anos. Essa definitivamente não é uma edição de repostas. Muito pelo contrário, todas as cenas aqui geram mais e mais perguntas. Se você não está com muita paciência pra "lenga lenga", acho que é o momento de largar a série semanal antes que o prejuízo seja maior. O ritmo foi definido aqui e as respostas vão demorar. Se você está acompanhando "de boa" sem se estressar é uma boa leitura com bastante variação narrativa e uma arte razoável. 

Silver Surfer (2014-) #3

"Absurdamente FODA" é o único termo que posso usar para descrever o final do primeiro arco de Silver Surfer de Dan Slott e da família Allred. Nesta edição o Surfista e a já heroína Dawn Greenwood juntam forças para recuperar o "Coração do Nunca" e devolve-lô a Rainha do Nunca, divindade cósmica das probabilidades muito bem apresentada na edição anterior.
Dificilmente você vai ler algo tão sutil e delicioso escrito por Dan Slott como esta edição aqui. O jeito como os dois protagonistas se encaixam, cada um com seu background é perfeito. Dawn e Norrin não são simplesmente um par romântico em uma HQ de aventura cósmica. Os dois são indivíduos reais que, por força de circunstâncias que só poderiam acontecer num gibi deste tipo unem suas forças e se completam para formar um dos melhores elencos já criados na história Marvel. O humor esquisitinho e "fofo" de Slott não cansa e o jeito como o autor amarra todas as pontas e prepara o HQ para as próximas aventuras é perfeito (eu sei que escrevi "perfeito" duas vezes, mas é verdade). Fãs mais tradicionais do Surfista podem reclamar da abordagem totalmente indie que a HQ abraçou principalmente nesta edição (a conveniência do "Poder Cósmico" é uma idéia ofensivamene brilhante de Slott), mas tenho dificuldade em acreditar que alguém não se divirta lendo este material aqui.
A arte de Michael Allred em conjunto com a colorização de sua esposa Laura continua absurda. Não existe nada no mercado atualmente como Silver Surfer em termos de trabalho gráfico. Pode procurar. Este é aquele feliz caso em que a equipe de arte tem uma presença tão marcante que o leitor não consegue mais imaginar o título sendo desenhado e colorizado por outra pessoa. Não vou falar mais nada. Pegue qualquer página pra ler e me diga se não é um trabalho magnífico.
O melhor de Silver Surfer 3 é que a HQ não te enrola. A primeira aventura de Norrin Radd e Dawn Greenwood termina aqui e abre portas para infinitas possibilidades. O final do arco é sensacional tanto em termos de argumento quanto na parte gráfica e já temos aqui o melhor título da nova fase de Marvel Now! na minha opinião.

Teen Titans (2014-) #1

Após o run de Scott Lobdell na estréia dos Novos 52, considerado pelos fãs da série como desastroso (eu particualrmente só achei fraco) a DC Comics faz uma nova tentativa com a franquia Teen Titans, agora sob a batuta do roteirista Will Pfeifer (Red Hood and the Outlaws e Gotham Knights). Muito se criticou quando a editora revelou a capa da primeira edição e esqueceu-se que, apesar da capa ser realmente meio desforme o que importa é o conteúdo do título. Então vamos lá:
Will Pfeifer faz tudo conforme o manual de estréia de títulos de grupos de super-heróis: Bastante ação, diálogos curtos, pequenas caixas de texto apresentando os personagens, um alívio cômico aqui e ali e uma ameaça bem genérica que logicamente não é totalmente eliminada na primeira edição, deixando aquele gancho maroto para os próximos números. O elenco atual é composto por Red Robin, Bunker, Wonder Girl, Ravena e Mutano. Cinco integrantes, o que é suficiente pra criar uma dinâmica legal de equipe sem confundir muito o leitor casual. Casual é a palavra chave. Se você for com muita sede ou expectativa a essa leitura provavelmente vai se decepcionar. A HQ toda é pensada pra uma faixa etária mais jovem mesmo e não tem nada de muito profundo nos temas aqui abordados.
A arte de Kenneth Rocafort foi estraçalhada pela crítica principalmente na época da divulgação da capa desta edição por retratar Wonder Girl com seios desproporcionais a sua faixa etária e alguns probleminhas de perspectiva e enquadramento. Se você se incomoda com este tipo de coisa é bom nem pegar este título. De resto o trabalho do artista aqui é razoável. Temos boas cenas de ação apesar de Kenneth se embebedar na fonte de Jim Lee na fase dos X-Men na década de 1990. Pra quem ainda acha "massavéi" este tipo de arte, Teen Titans é um prato cheio.
Teen Titans 1 é uma proposta um pouco mais simples do que a de seu volume anterior. O cast é enxuto e coeso e a história faz um feijão com arroz e não escorrega nas próprias pernas. Entretanto esta primeira edição é primordialmente voltada para um público casual e não apresenta um pingo de profundidade ou originalidade. A arte é mediana, mas não chega a comprometer este lançamento que não deve gerar estardalhaço entre os fãs, mas também não vai cativá-los tão facilmente.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

The Wicked + The Divine #1

Kieron Gillen e Jamie McKelvie formam atualmente uma das duplas criativas mais talentosas do mercado de HQs. Seja em títulos mainstream como o magnífico run em Young Avengers no ano passado ou em trabalhos autorais como Phonogram os dois se consolidaram como ícones de material bem feito e criadores de tendência na mídia.
The Wicked + The Divine é a mais nova série mensal autoral da dupla que nos transporta para um universo onde a cada 90 anos aproximadamente divindades de diversas crenças aleatórias tomam formas humanas e vem ao planeta Terra viver por 2 anos e depois morrem. Estes eventos são chamados de "recorrências" no título e o último se deu em 1923. Agora em 2014 é a hora do retorno dos deuses.
A primeira edição intencionalmente não explica quase nada sobre a mecânica da recorrência, salvo pequenos flashbacks. O foco deste número 1 é o impacto das divindades (representadas como ídolos da cultura pop) sobre o cidadão comum e a opinião pública. Vemos 80% de toda esta edição sob o olhar da jovem Londrina Laura e apesar dela não protagonizar a ação sua perspectiva mundana sobre o inimaginável e sua adoração pela deusa Amaterasu cumprem um importante papel narrativo na contextualização deste universo. A protagonista aqui é a andrógina Luci, suposta re-encarnação de Lúcifer. Aqui vemos todos os anos de Gillen escrevendo Loki em Journey into Mystery e Young Avengers sintetizados em uma personagem que é a epítome do sarcasmo, escárnio, ambiguidade e malandragem. Luci é tudo aquilo que Loki poderia ser na Marvel, mas por conta de entraves politicamente corretos da editora não pode. Uma personagem que facilmente carrega as 39 páginas desta primeira edição e coloca um sorriso no rosto do leitor a cada 3 frases de diálogo. Gillen destila veneno à la Vertigo por toda esta primeira edição e apesar da estrutura narrativa ser intencionalmente "jogada" na sua cara sem muita explicação e nem muita informação pra que o leitor se situe o autor consegue manter a história interessante somente pela alta qualidade dos diálogos.
Pra quem já conhece arte de Jamie McKelvie não é preciso muita explicação pra mostrar que o sujeito é um dos desenhistas mais completos da mídia atualmente. Seu estilo ultra-limpo e seu enquadramento que alterna entre o reto e claro e as inovações que brincam com simetria e contexto de painéis fazem desta arte aqui um clássico instantâneo. Além disso McKelvie entrega expressões faciais e linguagem corporal tão naturais que parecem capturadas em fotos e desenhadas posteriormente. Como disse não é nenhuma novidade pra quem já acompanha o trabalho do cara, mas pra quem nunca viu impressiona. Somado a um colorização soberba de Matt Wilson (a cena do show de Amaterasu é absurdamente colorizada), The Wicked + The Divine 1 entra facilmente para o rol das edições de estréia mais bem desenhadas de 2014.
O problema de The Wicked + The Divine é que apesar de ser uma edição de estréia arrasadora e definitivamente uma série que vale a pena acompanhar mensalmente o hype nos meses anteriores a seu lançamento me fizeram acreditar que a HQ era muito mais do que ela realmente é. Se você não acompanhou as notícias não deve ter nenhum problema, mas pra quem lê notícias sobre a HQ pode parecer um pouco decepcionante.
De qualquer forma me diverti muito lendo esta primeira edição. Temos uma premissa interessante, bons personagens, diálogos e arte impecáveis e um universo incrível de possibilidades. Ótima Leitura.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

New Suicide Squad (2014-) #1

New Suicide Squad é a segunda tentativa da DC Comics em tocar pra frente a franquia composta exclusivamente por anti-heróis nos Novos 52. O primeiro volume do título fracassou em termos de crítica e financeiramente e foi cancelado. Agora com os lançamentos de verão da editora o grupo retorna com uma nova equipe criativa e um cast um pouco diferente de sua encarnação anterior.
Em New Suicide Squad 1 o roteirista Sean Ryan junta personagens como Exterminador, Arlequina, Deadshot, Black Manta e a estranha Filha do Coringa trabalhando para o Governo naquele esquema de Justice League America e torce pra tudo dar certo. O trabalho do escritor é arrumar uma justificativa pra cada um desses personagens agirem juntos sob o comando de Amanda Waller e o novo chefe Victor Sage. A justificativa é bem ruim e a HQ alterna entre cenas de ação genéricas em uma missão que consiste basicamente em "invadir a Rússia" e diálogos mais genéricos ainda entre Sage e Waller em um escritório.
A arte de Jeremy Roberts tenta de todas as formas impressionar. Cenas de ação acrobáticas, bundas, decotes e splash pages no melhor estilo Image Comics na década de 1990. Infelizmente estamos em 2014  e este tipo de desenho envelheceu muito mal e não impressiona mais ninguém. Os personagens tem uma aparência tão genérica e superficial quanto a história e o desenhista fracassa em sustentar um título carente de originalidade.
New Suicide Squad 1 é uma estréia muito fraca. O cast não é ruim, mas a premissa é rasa e a razão de ser do time é inexistente. A arte não tem um pingo de originalidade e aos personagens não é dado o carisma necessário para fisgar novos leitores. Infelizmente parece que a DC fracassa novamente com este título.

Batman and Robin (2011-) #31: Frankenstein

A busca pelo corpo de Damian Wayne leva o Homem-Morcego até os confins gelados do Tibet. Na trilha de R'as Al Ghul, Batman e o cão Titus se deparam com Frankenstein e, após aquele clássico "mini quebra pau" os dois se juntam para resgatar os restos mortais do jovem Robin.
Peter J. Tomasi escreve uma edição transitória que realmente não acrescenta muita coisa ao arco. Basicamente temos o encontro dos dois protagonistas e algumas cenas de luta entre os dois e alguns monstros meio Yetis. Os diálogos remontam a alguns encontros anteriores entre Batman e Frankenstein, mas não tem nada de muito interessante.
Neste número temos o artista convidado Doug Mahnke nos desenhos. Quem está familiarizado com o trabalho do cara em Green Lantern e recentemente em Justice League já sabe que temos desenhos muito bem feitos. A arte é clara e anatomicamente perfeita. Os cenários são bonitos, apesar de não variarem muito (é só neve e gelo). A caracterização de Frankenstein poderia ser um pouco mais monstruosa. Pra mim ele parece somente um sujeito grande e verde com um monte de pontos, mas não é nada que prejudique a leitura. Pelo contrário, a arte aqui é o destaque já que o argumento é bem burocrático.
Batman and Robin 31 é um lento passo em direção ao retorno de Damian Wayne ao Universo DC. A aparição de Frankenstein nesta edição não tem relevância alguma para a história e poderia ser qualquer personagem aliado ali em seu lugar. A arte por outro lado é muito boa e salva este número do marasmo no Tibet.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Original Sin #6

A esta altura de "Original Sin" você, assim como eu, deve estar louco pra saber quem matou o Vigia. Principalmente por conta da pausa dramática para os flashbacks da quinta edição. Nesta sexta parte do misterioso evento de verão da Marvel Nick Fury revela (ou não?) quais foram suas intenções ao recrutar o grupo de personagens que investigavam os surreais assassinatos que ocorreram no subterrâneo da Terra, no espaço e até em outras dimensões. Aqui voltamos também ao núcleo narrativo composto pelo Doutor Midas e sua filha Exterminatrix e ainda vemos que os Vingadores não estão de bobeira e já sacaram mais ou menos qual é a do velho Nick.
Jason Aaron escreve uma edição que mantém o leitor devorando as páginas do início até o final. O roteirista neste número consegue dosar muito bem a quantidade de informação que coloca nos diálogos. Dessa forma o leitor é instigado sem se sentir enrolado. É tudo que eu particularmente espero de uma trama de mistério. A história avança em todos os núcleos e além de um papo muito bem escrito entre Fury e seu grupo de novos "recrutas" temos uma certa dose de ação em uma batalha no satélite secreto quando os Vingadores (ótima formação diga-se de passagem) chegam com o pé na porta querendo explicações. No final temos um mini-cliffhanger que prepara o terreno para a próxima edição que promete ser de muita ação e revelações ainda mais impactantes.
Já no sexto número de "Original Sin" fica até redundante falar da arte de Mike Deodato. Particularmente até nas edições em que o roteiro não me agradou tanto o time de artistas que além do brasileiro conta com o coloritsta Frank Martin se manteve como uma âncora de qualidade entregando sempre um trabalho muito bem pensado, executado e bem acabado. Nesta revista aqui não há o que acrescentar. Eu poderia falar da bela página de abertura com o navio pesqueiro "Ana Julia" e os quadros angulares que dão profundidade e originalidade ao enquadramento. Ou poderia mencionar as cenas de batalha com os LMD de Fury que são cheias de energia e brutalidade (com direito a decapitação e uma voadora do Pantera Negra). Mas acho que a parte que mais me emocionou aqui é a cena entre Fury e o Vigia. A vulnerabilidade que os desenhos dão ao espião e a expressão de sofrimento no rosto de Nick enquanto o Vigia tem um semblante beirando o sadismo valem o preço de capa. Novamente um ótimo trabalho gráfico. Ah, e ainda temos Deodato desenhando o Hulk, que pra mim sempre é especial.
Bom, já falei muito e se você aguentou ler uma resenha com tanta rasgação de seda meus parabéns. Se você também acompanha este blog sabe que eu não ganho nada pra falar bem de nenhum título. Então quando digo que Original Sin 6 é um ótima leitura, acredite, estou dizendo a mais pura verdade. E que venha a sétima edição.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Swamp Thing (2011-) #28

Alec Holland cortou os laços com o Verde na edição passada e é agora o único ser na Terra com alguma relação mais profunda com a flora do planeta. De volta ao mundo real somos apresentados às formas humanas de três ex-avatares que foram resgatados por Alec: Irmão Jonah, o Lobo e Lady Weeds. O Monstro do Pântano leva os três para o Mardi Gras nas ruas de Nova Orleans. Ainda nesta edição finalmente descobrimos a origem da misteriosa Capucine e sua relação com o demoníaco Etrigan.
Charles Soule mantém este título bem interessante apresentando os três ex-avatares como o novo elenco de apoio e mostrando o passado da heroína Capucine em flashbacks um pouco mais extensos. Os diálogos são muito bem feitos e a idéia do Monstro do Pântano no meio do Carnaval em Nova Orleans é louca e genial. Me divertiu bastante a leitura.
A arte de Javi Pina neste número é SENSACIONAL. Uma das melhores artes deste título desde seu lançamento. Desde as primeiras cenas com os avatares no pântano, passando pelas cenas no Mardi Gras, seguindo até o deserto de sal e finalmente nos flashbacks. Tudo aqui é impecavelmente bem feito. Não dá nem pra destacar nenhuma cena específica. Javi Pina entra pro rol dos melhores artistas trabalhando na DC Comics atualmente.
Swamp Thing 28 é uma ótima edição. Somos apresentados a um novo lenco de apoio. Finalmente temos explicações sobre o passado de Capucine e com uma arte espetacular o Monstro do Pântano entra em uma nova fase pós-verde. Para os fãs, comprem pois vale a pena.

Legendary Star-Lord #1

Verão no hemisfério norte é época de estréia de novos títulos. Ainda mais se alguma adaptação cinematográfica estiver no horizonte. A Marvel então não perde tempo e põe nas bancas esta Legendary Star-Lord, protagonizada pelo meio-humano meio-spartoi, Peter Quill, líder dos Guardiões da galáxia.
O argumento é de autoria de Sam Humphries que tenta de todas as formas alinhar o perfil do protagonista com o que foi apresentado nas prévias do filme. Peter Quill aqui definitivamente é aquele tipo meio 171 galáctico, fanfarrão e galã meio cafajeste. Um pouco diferente de sua encarnação da fase clássica dos Guardiões escrita por Dan Abnett e Andy Lanning. Esse processo de "cafajestização" de Quill já vinha se dando homeopaticamente nas páginas de Guardians of the galaxy de Brian Michael Bendis. Aqui a mudança é muito menos sutil.
Em Star-Lord 1 Peter está às voltas com os Badoon (que são a tendência alienígena na Marvel atualmente) e um item roubado escondido em um orfanato no qual Quill parece ter alguma ligação. Temos alguns flashbacks meio que obrigatórios de sua infância curta na Terra e cenas da recente interação do personagem com Kitty Pryde (eles estão de namorico desde o final do cross entre os X-Men novinhos e os Guardiões, "Julgamento de Jean Grey"). No final desta edição somos apresentados a uma irmã perdida de Quill chamada Victoria, comandante da Guarda real de Spartax.
A arte aqui é de Paco Medina, que vinha fazendo um ótimo trabalho em Nova e já está bem habituado ao lado mais "cósmico" do Universo Marvel. O traço de Medina é bem eficiente dando fluidez, clareza, boas caracterizações, ótimas expressões corporais e faciais e lindos cenários ao título. Arte de qualidade e bem adequada a este tipo de HQ mais casual.
Legendary Star-Lord 1 é um marco definitivo do novo direcionamento que a Marvel escolheu para Peter Quill. Aquele caso especial no qual o cinema influencia a mídia de origem. No entanto, a Marvel aqui se antecipa ao lançamento do filme e já muda bastante a personalidade, visual e tônica das aventuras do personagem. Star-Lord agora é um canalha espacial de bom coração e não há mais volta para aquele Peter Quill da fase Abnett e Lanning. É inegável um quê de Han Solo durante toda a edição. Pessoalmente este novo direcionamento para Quill me incomodou muito menos do que eu imaginava, mas não posso falar por todos os fãs. Leia e tire suas próprias conclusões. Sobre a HQ, guardadas as devidas proporções de qualidade, ela é uma aventura espacial descompromissada nos moldes de Nova, Captain Marvel, Silver Surfer e a própria Rocket Raccoon. Uma leitura leve, bem desenhada e divertida, que talvez não valha o preço de capa para algumas pessoas.

Grayson (2014-) #1

Dick Grayson: Ex-Robin, Ex-Asa Noturna, Ex-Batman, Ex-Defunto (leia Forever Evil). O sujeito mais "Ex-qualquer-coisa" da DC Comics agora volta à atividade como agente da Spyral, uma organização secreta de espionagem e neutralização de ameaças meta-humanas. Nesta edição de estréia somos apresentados a nova rotina de trabalho do Agente 37 (nome de campo do protagonista), sua parceira de trabalho Helena Bertinelli e o chefe da Spyral, o enigmático Mister Minus.
O argumento de Tim Seeley não tem nada de muito original. Grayson é um super espião e participa de uma missão de extração de um Russo gordo que tem uma arma meta-biológica instalada no próprio corpo. Ele enfrenta alguns outros agentes (um deles mascarado e fantasiado, logicamente) em um trem trans-siberiano e retorna ao quartel general da Spyral. Nas cenas subsequentes ficamos cientes de que Grayson está secretamente em contato com um tal "Mr. Malone" (Que todo mundo já deduziu que é Bruce Wayne) e vemos que o tal Mister Minus tem um banco de dados com as identidades secretas de vários meta-humanos do Universo DC, incluindo o próprio Batman.
A arte de Mikel Janin é quase perfeita nesta primeira edição. Os desenhos são muito caprichados, a caracterização é precisa, as páginas e o enquadramento tem o impacto necessário, existe um cuidado extremo com cenários e anatomia. Minha única reclamação é que, em algumas cenas, a acrobacia é confusa e apesar da sequência de movimentos de Grayson ser bem feita, ela é um pouco difícil de acompanhar. Isso acontece especificamente na cena em que Grayson salta do trem com o Russo após o resgate. Mas no geral a arte é acima da média e muito adequada pra um título cheio de ação como esse.
Grayson 1 é uma boa leitura. Nesta edição de estréia o grande mérito de Tim Seeley não é fazer algo muito revolucionário. Seu mérito é sim pegar um personagem interessante e com um background muito bonito como Dick Grayson, retirá-lo do aquário que é o universo de Gotham e dar novos ares a ele. É muito legal ver um personagem desse calibre na DC agindo como um cidadão do mundo e espero que esse tom internacional meio James Bond se mantenha. Se a HQ continuar com essa premissa e essa qualidade de arte continuarei comprando.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Spider-Man 2099 (2014-) #1

Desde o anúncio no ano passado de que o Homem-Aranha 2099 retornaria ao Universo Marvel em Superior Spider-Man e que futuramente teria um título solo escrito por seu criador, o lendário Peter Allen David eu já tinha separado o dinheiro pra esta primeira edição. Tenho que confessar que sou fã do personagem desde a adolescência e que todo o Universo 2099 fez parte da minha formação como leitor de títulos de super-heróis. Então fica complicado fazer um review sem uma certa dose de fanatismo da minha parte. Desculpas adiantadas.
Em Spider-Man 2099 1 acompanhamos Miguel O'Hara que agora se utiliza da alcunha de Mike O'Mara e trabalha na ainda pequena compahia chamada Alchemax. Miguel está preso em 2014 desde o incidente temporal em Superior Spider-Man e agora trabalha na empresa junto com seu futuro avô, Tiberius Stone. Na primeira edição somos apresentados ao elenco que é pequeno e já temos bastante ação. Um agente de uma organização de "limpeza temporal" do ano de 2211 chamada T.O.T.E.M. caça o Aracnídeo pelas instalações da Alchemax.
Como sempre os diálogos de David são afiados e seus conceitos são esquisitos e familiares sem soar "engraçadinhos" ou forçados. A história transcorre com extrema naturalidade e como primeira edição este pequeno confronto serve tanto para apresentar o protagonista quanto introduzir coadjuvantes e pôr a história em movimento.
Minha única reclamação é que o personagem ainda não tem um objetivo definido e isto não é estabelecido na primeira edição, mas já conhecendo o roteirista sei que existe um grande plano para este título e que por volta da segunda edição já teremos um rumo para protagonista.
A arte de Will Sliney é perfeita. O desenhista consegue expressar dinamismo nas cenas de ação, personalidade nas cenas de diálogos e extrema habilidade nas caracterizações e cenários. O traço do sujeito é extremamente limpo e polido. Os enquadramentos são perfeitos e o Aranha 2099 nunca foi tão bem desenhado. Ótima arte.
Spider-Man 2099 1 é uma edição de estréia muito empolgante. O personagem continua relevante e carismático como na década de 1990. A qualidade no roteiro e diálogos é inegável. A HQ é de um dinamismo tamanho que a leitura passa voando e a arte é absurdamente bem feita. Se você tiver que escolher entre o Aranha 2014 e o 2099 fique com Miguel O'Hara. Você não vai se arrepender de ter largado Peter Parker.

Justice League 3000 #4

A Liga 3000 conhece sua verdadeira origem nesta quarta edição de Justice League 3000. Superman, Batman e Mulher-Maravilha são levados pelo Xerife de Takron-Galtos (Planeta anteriormente conhecido como Terra) Aaban ao encontro de Ariel Masters, a idealizadora do projeto Liga 3000 juntamente com os gêmeos Teri e Terry. Neste encontro Ariel revela aos 3 maiorais que na verdade eles não são meros clones. Os heróis foram refeitos a partir de um hospedeiro humano "ïnfectado" com seus DNAs e submetido a uma transformação. Ainda nesta edição o Lanterna Verde consegue escapar das garras da insana Locus e os gêmeos da Cadmus recriam Barry Allen e um novo Nuclear.
J.M. DeMatteis escreve uma edição mais explanatória aqui. As únicas cenas de ação se dão durante a fuga de Hal Jordan do cativeiro. De resto temos algumas cenas bem chatinhas com os gêmeos e diálogos divertidos entre a Liga e Ariel Masters.
A arte de Howard Porter continua me agradando bastante. O desenhista consegue imprimir um ritmo narrativo bem confortável mesmo uma HQ com muitas cenas paradas e diálogos extensos. As caracterizações são boas, os cenários excelentes e as expressões faciais são bem convincentes.
Justice League 3000 4 não é uma leitura sensacional. Temos algumas partes bem chatas, principalmente com Terry e Teri. No geral apesar de contar a origem real dos personagens é uma edição um pouco decepcionante. A arte é boa, mas espero um pouco mais de ação e menos mimimi nas próximas edições pois o elenco é muito divertido e o título tem potencial.

Sinestro #2

Thaal Sinestro chega ao quartel-general dos Lanternas Amarelos liderados por Arkillo para resgatar sua filha Soranik e recuperar o controle de sua Tropa. A motivação de Sinestro continua sendo salvar os sobreviventes da destruição de Korugar e com isso consegue convencer Soranik a ajudá-lo. Na batalha o vilão executa friamente alguns membros da Tropa Amarela e deixa claro que nunca confiará em nenhum deles.
Cullen Bunn escreve uma edição com bastante ação e que coloca o protagonista de volta ao rol dos vilões impiedosos da DC Comics. O personagem passa por cima de qualquer coisa para salvar seus conterrâneos e se mostra bastante poderoso, inclusive destruindo um anel amarelo. Os diálogos não tem nada de muito especial e apesar de não ser um revista chata de ler, não achei tanta graça nesta segunda edição.
A arte de Dale Eaglesham não é ruim, mas também não tem nada de especial. Temos cenas de ação bem desenhadas e construtos amarelos até bem interessantes durante as batalhas. No entanto nada chama muita atenção graficamente aqui.
Sinestro 2 é uma leitura razoável. O personagem é tratado como um vilão determinado e impiedoso e acho que a história é válida por este motivo. De resto os diálogos e a trama não tem nada demais e a arte não incomoda, mas também não impressiona.

Rocket Raccoon #1

Na onda do frenezi criado pela adaptação cinematográfica do diretor James Gunn na comunidade Marvel sobre os Guardiões da Galáxia a editora aproveita e lança um título solo dos dois membros mais pop da equipe: Star Lord e Rocket Raccoon. Este aqui é escrito e desenhado por Skottie Young, famoso por suas capas alternativas "fofinhas" usadas nos principais eventos da editora.
Young não complica e encaixa um enredo bem simples: Existe outro Guaxinim casca-grossa na galáxia se passando por Rocket e cometendo vários crimes. Estes se somam a já extensa lista de contravenções do roedor e o personagem é perseguido durante toda esta primeira edição pela polícia. Temos participações de seu BFF, Groot e dos Guardiões da Galáxia. Tudo isso em um clima bem cartunesco e sem nenhuma seriedade ou relação com o arco atual da mensal da equipe. No final da edição descobrimos que as ex-namoradas de Rocket estão por trás de todo o plano para destruí-lo. Nada de muito original aqui.
Os diálogos de Young são bem casuais e despojados. Não temos os ocasionais "flarks", etc. Senti falta dos palavrões espaciais aqui. Me causou estranheza o fato do protagonista ser retratado como um "pegador" e de tratar mal suas namoradas. Esse é um aspecto novo pra mim, pois em encarnações passadas a vida amorosa do Guaxinim nunca foi tão agitada, mas tudo bem.
Nunca tinha lido nada desenhado por Skottie Young antes, só tive contato com os desenhos do cara via capas alternativas. O que posso dizer é que o trabalho gráfico aqui é cartunesco e meio "rock 'n roll". Parece que estamos lendo uma edição de "A Vaca e o Frango" ou "Du, Dudu e Edu". O traço é bem dinâmico e fluído e a HQ é bem louca e divertida graficamente.
Rocket Raccoon 1 é uma boa estréia de um título que não tem nenhuma pretensão de ser levado a sério. O tom aqui não chega a ser de um Deadpool, mas é descompromissado e bem feito no que se propõe. O autor com esta premissa dá uma nova dimensão ao personagem e tornando ele um "muleque piranha" descaracteriza um pouco a imagem que eu tinha de Rocket. De qualquer forma a história me divertiu e a arte é muito boa. Não é uma compra essencial pra quem lê Guardians of the Galaxy, mas diverte.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

The New 52: Futures End #7

Mais uma porrada de informações em um espaço curtíssimo de tempo. Em pouco menos de 23 páginas vemos um quebra-pau entre Adão Negro e Frankenstein no meio da Zona Fantasma; Lois Lane recebe uma visita de Madison Payne, a namorada de Tim Drake; vamos até a ilha Cadmus e descobrimos que Exterminador é um dos residentes; vemos também por onde andam Jason Rusch e Ronnie Raymond depois que se separaram e ainda tem o quebra pau entre Batman do Futuro e Mr. Terrific no meio do Madison Square Park. Ah, esqueci de mencionar... Plastique e Terrific descobrem o que Terry McGinnis trouxe do futuro.
Eu não sei como Brian Azzarello, Keith Giffen, Dan Jurgens e Jeff Lemire fazem isso, mas os caras conseguiram condensar uma caralhada de tramas paralelas em uma única edição e fazem a história andar a passos largos aqui. Os diálogos são bem diretos e sem nenhuma enrolação. Não espere nenhuma cena com conversas muito extensas nem voice boxes contemplativos. Futures End 7 é frenética do início ao fim.
A arte de Aaron Lopresti no entanto não aguenta o tranco do ritmo acelerado imposto pela equipe de roteiristas. O desenhista entrega um trabalho bem fraco nesta edição. Lopresti transita no limite da simplicidade e mediocridade, deixando todas as cenas bem sem graça, se complicando nas cenas de ação e deixando o visual dos personagens totalmente genérico. Em muitas partes a história carece de uma apresentação que atenda o impacto que os autores planejaram com este roteiro. Entretanto o desenhista fracassa em maravilhar ou chocar o leitor.
Futures End 7 é uma leitura extremamente veloz. A enorme quantidade de tramas paralelas não deixa o leitor nem muito confortável nem sonolento. A história vai avançando em um ritmo bem legal e apesar da arte ser ruim nesta edição não considero esta uma leitura desagradável.

Saga #20

É a segunda edição desde que a equipe criativa de Saga entrou em recesso e já temos muita coisa pra nos preocupar. Nesta edição Vemos Alana cada vez mais envolvida no trabalho de atriz e Marko leva a pequena Hazel a sua primeira aula de dança. Enquanto isso a Princesa Robô e seu bebê ainda esperam a volta do Príncipe Robô IV, que aparentemente está hospedado em um puteiro após o conflito da edição 18. No entanto a nova mamãe e seu filho correm muito perigo no palácio real e nem sabem disso.
Neste número, excluindo uma cena no palácio real que muda bastante o rumo da história, não temos nada demais acontecendo. Mas como já escrevi antes, em Saga não precisa acontecer muita coisa pra que você tenha uma leitura prazerosa. Brian K. Vaughan novamente nos presenteia com diálogos excelentes, um início hilário e bem erótico e boas cenas seja no trabalho de Alana ou com Marko e Hazel ou outros personagens. Toda a narrativa é muito humana apesar do envelope no qual a história é entregue seja o absurdo e o fantástico.
Fiona Staples é uma das minhas desenhistas favoritas atualmente e novamente a moça não decepciona. Hazel cresceu e é uma criança linda no traço de Staples. A artista é tão versátil que consegue mesclar com maestria belas cenas da bebê na aula de dança, com outras onde se vê uma orgia alienígena e uma outra onde vemos um brutal assassinato. Tudo com a mesma naturalidade que emociona e choca o leitor a cada página.
Saga 20 é compra certa pra quem já vem acompanhando as desventuras de Alana, Marko e sua família. Na verdade quem já compra este material mensalmente nem lê resenhas a respeito pois já sabe da qualidade do material. Pra quem não conhece isto aqui é um exemplo do que a indústria de quadrinhos tem de melhor a oferecer hoje em dia. Uma história insana, bruta, linda, emocionante e principalmente humana. Se você não conhece Saga aconselho ler desde o início e o desafio a parar.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Original Sin #5

O misterioso evento de verão da Marvel chega a sua segunda metade. Na quinta parte de Original Sin descobrimos o que Nicholas Fury vem fazendo paralelamente a seu trabalho como super espião e diretor da S.H.I.E.L.D.desde o finalzinho da década de 1950. O que Nick tem feito desde aquela época é matar. Matar muito.
Jason Aaron sabiamente dá um tempo no formato das edições anteriores (múltiplos núcleos narrativos) e escreve uma edição inteira na qual lemos sobre o passado obscuro do espião e sua influência nos bastidores da história do Universo Marvel nos últimos 60 anos. Para os reclamões, isso aqui não chega a ser um retcon  e sim uma história oculta que mostra a relação do personagem com Howard Stark, os Skrulls e com os assassinatos descobertos pelos grupos de heróis nas edições anteriores. É muito interessante enxergar a história do Universo Marvel sob o olhar de Fury, uma boa amostra disso é a cena mostrando o início de carreira do Homem-Aranha. Aaron nos entrega um ótimo exemplo de como uma viagem ao passado pode ser interessante e divertida sem apelar para os malditos retcons. Ah, e a única fala do Justiceiro em toda esta edição me fez gargalhar. Ponto para o roteiro.
A arte de Mike Deodato mantém o ótimo nível das edições anteriores. Apesar de termos um elenco menos diversificado aqui o desenhista nos entrega quadros clássicos em cenas de espionagem. Temos aqueles headshots certeiros de Fury e cenas de ação com enquadramento muito bem pensado na invasão alienígena inicial. Durante os flashbacks o artista usa o recurso dos "quadros em branco" em algumas páginas novamente dando a entender que Fury não está contando exatamente tudo o que aconteceu e ainda esconde alguma surpresa. Ótimo trabalho gráfico em toda esta edição novamente.
Original Sin faz uma bem vinda pausa para revelar um de seus grandes "pecadores" (trocadilho meio estúpido, eu sei). Jason Aaron escreve (notem que não usei o termo "re-escreve") mais um capítulo secreto da história da Marvel e consegue resgatar a relevância que Nick Fury já teve na editora algum dia. Este é um tipo de história bem delicada para um roteirista pois qualquer escorregão pode ocasionar uma lambança cronológica e um festival de mimimi por parte dos fãs. Felizmente o autor trilha um caminho seguro e enriquece a história da editora sem fazer nenhum estrago. A arte se mantém impecável e fico bastante otimista com o futuro da saga.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

New Avengers (2013-) #19

Finalmente chegou o momento dos Iluminatti decidirem o que fazer com o universo que está em curso de colisão com o 616. Nesta edição Jonathan Hickman nos leva até o ponto de incursão entre a Terra 616 e a Terra 4,290,001 no qual os protagonistas ficam frente a frente com a Grande Sociedade. Ainda nesta edição Maximus aproveita que está sozinho e resolve mexer no cubo de contenção de Thanos e do que restou do Cull Obsidian.
Hickman conduz de maneira brilhante este número aproximando Bruce Banner e Hank McCoy de maneira bem natural e acentuando a área cinza de moralidade onde caminham o Iluminatti. O confronto na incursão é a última alternativa para todos mas ele vai acontecer. O sentimento de inevitabilidade que o roteirista construiu tão bem desde o início de New Avengers aqui é o combustível para diálogos brilhantes entre os Iluminatti e a Sociedade. Em poucas frases o autor consegue demonstrar o melhor e o pior de cada personagem até que a edição converge para o inevitável quebra-pau. Destaque para Namor aqui. Não quero spoilear, mas vibrei com a atitude do monarca frente ao fim iminente.
A arte de Valério Schiti é ótima. As expressões faciais são um ponto forte nesta edição onde o elenco todo está com os nervos a flor da pele e quando é necessário o desenhista entrega quadros épicos e lindos dos heróis. Tudo é bem detalhado e as caracterizações são muito distintas. Cada personagem aqui tem seu porte físico e maneirismos muito bem pontuados. Colorização impecável e tomadas de ação impactantes fazem dessa edição uma vitória na parte gráfica.
New Avengers 19 é meio que o "pagamento" que o leitor mais impaciente estava esperando há algum tempo. Acabaram as observações, diálogos filosóficos e especulação sobre como encarar o fim. Ele está aqui. Justamente porque este grupo de personagens (incluindo a Grande Sociedade) é colocado em uma situação em que são obrigados a engolir um remédio amargo e ferir seus princípios primordiais é que essa edição se torna muito mais do que um "Avengers vs JLA". Isso aqui é a desconstrução do super-herói e são raras as vezes em que temos oportunidade de ler algo desse tipo escrito e desenhado de forma tão competente.

Avengers (2012-) #31

Traição + 422 anos. A jóia do tempo arremessa o time de Vingadores composto por Capitão América, Viúva Negra, Thor, Hipérion e Starbrand para um futuro ainda mais distante e obscuro. Bem vindos ao Planeta Ultron, onde a inteligência artificial criada por Hank Pym substituiu e / ou dizimou quase por completo a população humana da Terra (bem original, não?). Aqui o Capitão, Thor e a Viúva encontram versões sintéticas suas (menos Thor, ele encontra a si mesmo) e são mantidos em cativeiro enquanto recebem informações e presentinhos do futuro.
Jonathan Hickman entrega uma edição um pouco parada aqui e apesar de termos diálogos interessantes entre as versões futuras dos Vingadores e os heróis atuais não consegui me empolgar muito com esta leitura. Talvez pelo uso do conceito do Ultron que já não é nada muito novo, ou talvez por não ver o objetivo do autor em lançar os Vingadores no futuro ainda, ou talvez porque estou meio de saco cheio de futuros hipotéticos que não se concretizam nunca na Marvel. Os diálogos de Hickman continuam bem mornos e não consigo simpatizar com nenhum dos protagonistas aqui. Todos soam mecânicos e frios demais, mesmo em comparação com as máquinas.
A arte de Leinil Yu também não ajuda em quase nada pra deixar a leitura menos sonolenta. O artista não mostra nada de novo ou interessante no Universo Marvel 400 anos no futuro. Os personagens tem aquele aspecto meio "cool desleixado" bem característico do desenhista com um traço bem rabiscado e quase desforme em algumas cenas. Como já disse várias vezes acho Yu um bom artista, mas a escolha errada para este título.
Sinto que Avengers 31 faz parte do "grande plano" de Jonathan Hickman para o título. Consigo identificar o cuidado com a construção de uma trama complexa, inovadora, abrangente e cheia de nuances filosóficas. No entanto o autor demora tanto atualmente para mostrar algo um pouco mais concreto que corre o risco de alienar grande parte dos leitores que geralmente querem alguma coisa menos abstrata pra ler. A arte nesta edição é bem fraca e francamente eu esperava mais da Marvel 400 anos no futuro. Seja lá qual linha temporal os Vingadores estejam navegando.

Swamp Thing (2011-) #27

Alec Holland está preso dentro do verde junto com os outros antigos Avatares, mas a coisa não é tão ruim dentro da dimensão vegetal. Todos podem fazer o que quiserem e terem todos os seus desejos realizados. Infelizmente para o Alec isso não é suficiente. Holland tem que voltar para a Terra e impedir o novo Avatar antes que ele transforme o planeta em uma selva infinita. Com isso o Monstro do Pântano pede ajuda a antigos Avatares como o Lobo (outro Lobo) e Lady Weed. A solução radical é cortar os laços do Parlamento Verde com o mundo exterior e encarar o Semeador novamente.
Charles Soule escreve uma ótima história neste número colocando o protagonista em uma montanha russa de forma bem inesperada. Lendo o início da HQ eu estava com a impressão de que ainda levaria mais uma edição pra que Holland conseguisse se libertar do Parlamento corrupto e enfrentar finalmente o novo Monstro do Pântano. O roteirista consegue neste número resolver estes dois conflitos sem deixar a história corrida ou confusa. De quebra o autor ainda desfaz toda a relação que o protagonista tinha estebelecida com o Verde desde o início do título e tão bem construída por Scott Snyder.
A arte de Jesus Saiz é sensacional. Uma das melhores artes que já vi neste título (que geralmente tem um trabalho gráfico de alto nível). O cuidado com a caracterizão de cada Avatar é impressionante.  A criatividade do desenhista para criar novas versões do Monstro,  os cenários, o enquadramento das cenas de ação e as soluções narrativas... Tudo aqui é extremamente bem feito.
Swamp Thing 27 é uma leitura muito empolgante. Se você estava achando essa fase escrita por Charles Soule um pouco parada ou mesmo se, como eu, estava gostando do material do roteirista vai adorar este número. O autor coloca o personagem em seu devido lugar novamente após uma jornada bem interessante e redesenha o conceito que já parecia bem cimentado desde a era Scott Snyder, deixando tudo daqui pra frente bastante imprevisível.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Superman/Wonder Woman (2013-) #7

O início desta edição trata das repercussões finais do confronto com Zod e Faora. A explosão atômica usada por Kal-El e Diana para fechar o portal para a Zona Fantasma quase mata o casal. Naturalmente os dois protagonistas tiram um tempo para se recuperarem nesta edição e temos algumas cenas mais casuais entre os amantes. O final no entanto é um prelúdio para o retorno de Apocalipse que volta a assombrar o Super-Homem na saga "Doomed".
Charles Soule aqui dá um tempo na ação e usa esta edição para reforçar os laços entre os dois protagonistas. Essa tem sido a estratégia do autor neste título: Geralmente uma edição cheia de momentos de ação seguida de uma mais pessoal. Os diálogos entre Clark e Diana aqui são bem humanos e é legal ver os dois se divertindo um pouco para variar. Muita gente pode até reclamar disso. Particularmente acho muito bom que haja esta preocupação com o lado pessoal da relação e vejo como benéfica para os personagens esse tipo de história. A leitura pra mim não cansou.
A arte é uma colaboração de Paulo Siqueira, Eddy Barrows e Barry Kitson. Uma idéia muito boa. Siqueira e Barrows tem traços bem compatíveis enquanto Kitson é sempre um prazer em rever. Além disso foi ótimo dar um tempo a Tony Daniel que parecia já meio saturado e repetitivo na edição anterior. Temos cenas muito bonitas do casal lutando por sua vida no início da edição e outras igualmente belas dos dois em Londres se divertindo. Destaque para a cena de Clark e Diana em uma casa de shows dançando. Melhor cena da HQ.
Superman/Wonder Woman 7 é uma curta pausa para respirar antes da tempestade que chegará com o retorno de Apocalipse aos títulos do Superman. Este número mostra novamente que nesta HQ o roteirista sempre preza por uma história compartilhada entre os dois personagens e não uma história de um ou outro com uma participação especial. A edição tem muito pouca ação, mas me divertiu pois mostrou um pouco de humanidade e vulnerabilidade desses personagens tão austeros e queridos.