quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Marvel | Guerras Secretas ganha edição extra em Dezembro

O "maior evento de toda a história da Marvel" segundo a própria editora ficou maior ainda. Hoje através de um comunicado oficial à imprensa especializada a Marvel anunciou que a saga escrita por Jonathan Hickman e magistralmente ilustrada por Esad Ribic que desconstruiu todo seu universo e inicialmente planejada em oito edições ganhará uma nona parte no final deste ano.

Segundo o anúncio oficial da editora a edição extra foi adicionada para permitir que a equipe criativa finalize sua história "cataclísmica" da maneira correta. "Aparentemente, 'Guerras Secretas' é maior do que achamos que ela era inicialmente" diz o editor chefe Axel Alonso no comunicado oficial da Marvel "Para ajudar Jonathan e Esad concluir este evento épico da mesma maneira enorme e bombástica que começou, estamos adicionando uma edição extra. Isso significa mais um mês de suspense, ação e linhas narrativas cheias de mudanças, que fãs e comerciantes de quadrinhos clamam desde que a última incursão começou".


Aos fãs preocupados com atrasos nas publicações do novo selo All-New, All-Different Marvel (Nova linha de publicações da editora que já comentamos aqui), o vice presidente sênior de vendas e marketing da empresa, David Gabriel garante que esta edição extra não influenciará o cronograma de lançamento destas novas publicações agendado para Outubro. "Esta edição extra não afetará nenhum dos novos lançamentos que fazem parte de All-New, All-Different Marvel" disse Gabriel "Mas pode haver uma surpresa ou outra vinda do Mundo de Batalha que você não está esperando. Na verdade, assim como na saga 'Guerras Secretas' original, algumas dessas peças do quebra-cabeças já estarão chegando ao Universo Marvel antes da conclusão do evento. Mas se você quiser ver como todas essas peças se encaixam não deve perder estas últimas edições".

Quando a nona parte de Guerras Secretas chegar às bancas em Dezembro a nova linha de publicações da Marvel já estará a pleno vapor encabeçada pelo lançamento de Invincible Iron Man #1 em Outubro. 

No Proibido Ler continuamos resenhando individualmente cada uma das edições do evento e você poder ler a crítica da mais recente edição publicada aqui.  

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

HQ do Dia | Guerras Secretas - Velho Logan #1

O Velho Logan está de volta no tie in de Guerras Secretas.


Guerras Secretas, a mais recente super saga da Marvel que alterou todo seu universo e transformou o panorama da editora em uma colcha de retalhos nostálgicos, é o pano de fundo perfeito para expandir universos queridos e reverenciados por fãs e leitores casuais das suas publicações. Por este motivo não é de se admirar que uma das versões mais populares de Wolverine da década passada tenha um espaço muito especial reservado neste Mundo de Batalha.

Com uma dupla de colaboradores de peso (Brian Michael Bendis no roteiro e Andrea Sorrentino
na arte) no comando deste tie in, estamos de volta ao violento mundo western pós-apocalíptico criado por Mark Millar e Steve McNiven em 2008. Old Man Logan começa pouco depois dos eventos finais da série original, mas se você nunca leu este clássico não há problema algum em pegar esta edição e entender. Bendis faz um ótimo trabalho contextualizando de forma simples a premissa de um sujeito focado em tornar o mundo que ajudou a destruir um lugar melhor. Em sua cruzada solitária por este universo Marvel com ares de Sergio Leone e Mad Max, Logan é surpreendido por um artefato inusitado mas recorrente em tramas escritas por Bendis (se você leu Cavaleiro da Lua do escritor, é o MESMO artefato inclusive). Este evento relaciona este universo sutilmente com o contexto geral da saga e põe a história em marcha.

O tom do gibi é forte, violento, silencioso, melancólico e bruto e reflete muito bem a realidade na qual os personagens ali vivem: Este é um mundo sem heróis no qual a regra do "cada um por si" prevalece. Uma das regiões mais hostis do Mundo de Batalha que até destoa um pouco do resto dos tie ins pela estética decadente e as cenas de ação com violência excessiva. Bendis faz um trabalho certinho caracterizando este elenco e resgatando o sentimento da série original. Os diálogos são sucintos e sem explanações muito alongadas. Logan é a epítome do samurai, o cavaleiro solitário como é sua natureza e este universo continua refletindo sua persona sequelada e nociva.

A arte de Andre Sorrentino é totalmente marcante e uma escolha mais que perfeita para este tie in. As cenas de ação são brutais, a fotografia tanto em cenários fechados e decadentes quanto nas maravilhosas externas é divina e de um capricho notável. O uso de espaços negativos nas cenas de ação é uma sacada de mestre e dá tensão ao roteiro e a caracterização do pequeno elenco é áspera e surrada como deve ser em um lugar duro e árido como o universo do Velho Logan. Um lindo trabalho de arte que já entra na lista de melhores apresentações em tie ins de Guerras Secretas desde a primeira edição. Destaque para a colorização de Marcelo Maiolo nas tomadas desérticas. Incrível.

Velho Logan tinha tudo para agradar velhos fãs do carcaju solitário: Um universo que ainda tem muito querosene pra queimar; um protagonista marcante, vulnerável e recheado de falhas e uma equipe criativa com um currículo de peso. Felizmente o tie in atende as expectativas nesta primeira edição e vai além de fazer um simples serviço aos fãs: O tie in sutilmente relaciona este universo com uma região misteriosa além das muralhas deste Mundo de Batalha. Com um roteiro adulto e sério e uma arte deslumbrante e grossa este é um tie in muito bem vindo na verdadeira confusão que é o Universo Marvel atualmente.


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

HQ do Dia | We are Robin #1

Conheça o exército de novos Robins que está invadindo a nova DC Comics em We are Robin.

Atitude. Não há termo que sintetize melhor a sensação ao ler a primeira edição de We are Robin de Lee Bermejo, Jorge Corona, Rob Haynes e Khary Randolf. Títulos com Robin não são novidade no universo DC, no entanto a abordagem do autor na edição de estreia conta uma origem um pouco diferente para este elenco de personagens em um formato impactante e direto.

Na primeira edição de We are Robin somos apresentados a Duke Thomas - um jovem cujos pais foram infectados pelo vírus Coringa durante o arco Endgame no título principal do Batman. Com os pais desaparecidos desde o incidente que quase acabou com a cidade inteira, Duke é despejado pelo departamento de assistência social de Gotham por diversos lares adotivos. Tendo dificuldade em se adaptar, sendo alvo de violência por gangues locais e ainda determinado a encontrar seus pais, Duke não está disposto a se conformar, seguir as regras e fazer o papel de vítima nesta história e é aí que o protagonista ganha o leitor. 


Bermejo escreve Duke como um moleque extremamente sagaz, totalmente determinado e nem um pouco indefeso. Se ele não vê condições de vencer uma briga, não lhe faltam artifícios nem presença de espírito para correr e / ou saltar pelos prédios da cidade como um verdadeiro vigilante urbano. Isso reforça o caráter positivo da publicação ao mesmo tempo que faz a ponte entre o protagonista e o tal "exército" de Robins que pouco aparece, mas faz uma estreia marcante neste primeira edição. A ambientação do gibi no submundo da cidade concede à publicação uma faceta totalmente "pé no chão" com um realismo meio caricato e você com certeza vai se imaginar naquele ambiente se mora (ou já morou) em algum grande centro urbano decadente e violento. We are Robin é um gibi com cara de rua desde o primeiro quadro até a última página do epílogo. E isso é muito mais do que se pode dizer de todas as publicações da linha da família morcego atualmente.

A arte de Jorge Corona que segue os esboços de roteiro de Rob Haynes é cinética, angular, característica e marcante. Este não é aquele tipo de traço bonito e épico que você vai ler em um título da Liga da Justiça por exemplo, mesmo porque isso não se encaixaria na proposta da revista. Corona dá movimento a seu protagonista o tempo todo, caricaturiza onde tem de caricaturizar (no caso da família meio "171" que tenta adotar Duke para arrancar dinheiro da prefeitura) e o mais importante é que mesmo com praticamente 1 quadro, cada Robin ali tem a sua cara própria. O visual e clima de We are Robin é urbano até o caroço e Corona é o grande responsável se valendo de detalhes de cenários de fundo, figurino e linguagem corporal despojada em toda a revista.

Na edição de estreia de We are Robin Lee Bermejo toma uma decisão muito acertada em introduzir somente um dos personagens deste elenco. Ao fazer isso de maneira sucinta e direta, o autor deixa tudo mais fácil para novos leitores que pouco a pouco irão se acostumando com o resto do elenco. O segundo acerto do roteirista é criar um protagonista que está em uma situação de vítima, mas que apesar disso não se vitimiza. Duke Thomas é um lutador e isso serve de inspiração tanto para a legião de Robins que vem a seu encontro, quanto para os leitores que pegarem o título para ler. Com uma arte cinética digna de uma história do Homem Aranha ou Demolidor, We are Robin é o gibi mais "rueiro" da DC Comics atualmente. Uma estreia muito forte que não precisa de nenhum "medalhão" da editora para se sustentar como franquia. São todos novos personagens e são todos muito bem vindos a esta nova DC Comics.     

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Proibido Ler Entrevista | Robert Venditti - Autor de Lanterna Verde, Flash e X-O Manowar

Roteirista de Lanterna Verde e Flash fala sobre o futuro dos personagens na nova DC Comics.


Quando começou sua carreira escrevendo a primeira versão do roteiro HQ Surrogates (franquia que foi posteriormente adaptada para o cinema no filme Os Substitutos de Jonathan Mostow) para a Top Shelf no longínquo ano de 2002, Robert Venditti mal poderia imaginar que algum dia seria responsável por duas das maiores franquias da DC Comics - Lanterna Verde (Incluindo a Tropa dos Lanternas inteira) e Flash, além de ser encarregado da tarefa desafiadora do reboot da principal franquia da nova fase da editora Valiant, X-O Manowar. E tudo isso em 2012 e 2013.

Em 3 anos de uma ascensão frenética Venditti se estabeleceu rapidamente como um dos novos autores mais proeminentes do mercado, mantendo os fãs de Flash e dos Lanternas entretidos, introduzindo novos conceitos em sua passagem pelos títulos e estabelecendo X-O Manowar como um dos melhores gibis de ficção do mercado americano.

Mesmo com o final da saga Convergence na DC Comics (que alterou drasticamente o panorama de publicações na editora), o autor foi um daqueles que se mantiveram em suas funções nos títulos que trabalhava antes da saga. Isso não significa que Flash e Lanterna Verde não tiveram mudanças, muito pelo contrário. Ambos personagens iniciam novos arcos com um status quo bem diferente de antes da saga. E para falar sobre as tais mudanças, Venditti disponibilizou um pouco de seu tempo nos concedendo uma entrevista exclusiva na qual ele conta detalhes sobre os novos rumos de Barry Allen e Hal Jordan no pós-Convergence e explica as principais diferenças entre trabalhar para a DC Comics e para a Valiant entre outras coisas.

Proibido Ler: Apesar de ter sido totalmente guiado pelo fluxo de sua história, as coisas mudaram muito para o Lanterna Verde após Convergence. Você poderia fazer um resumo rápido dos acontecimentos para quem resolver pegar para ler o título à partir desta edição 41?

Robert Venditti: Em Green Lantern #40, Hal Jordan se deparou com uma situação na qual a Tropa dos Lanternas Verdes perdeu a confiança de grande parte da população através do universo. Como atual líder da Tropa, Hal decidiu fazer com que a população acreditasse que ele era o responsável por tudo de errado que a Tropa é acusada de fazer, voltando até a época em que os Guardiões do Universo lideravam a Tropa e decisões que resultaram no retorno do Terceiro Exército e do Primeiro Lanterna. Hal roubou a manopla de Krona, uma arma protótipo dos Lanternas Verdes e agora se fez parecer um renegado que é caçado pela polícia e pelos criminosos da mesma forma. Pouco tempo depois, entretanto, e sem o conhecimento de Hal, a Tropa dos Lanternas Verdes desapareceu. Então agora Hal se encontra sozinho e sendo perseguido em um universo que o enxerga como um vilão. Como leitores, nós sabemos que ele ainda é um herói, mas ninguém mais sabe.

 Hal Jordan agora é um renegado

Proibido Ler: Hal tinha um exército, agora ele tem uma pequena tripulação e uma Inteligência Artificial que o odeia. Este novo status da revista e um elenco menor tornou as coisas mais confortáveis para escrever?

Venditti: Eu não sei se tornou as coisas mais confortáveis, mas certamente tem sido divertido. Através de diversas circunstâncias, Hal agora tem dois passageiros na nave em que vive. Virgo é um ex-membro da realeza e possivelmente o último membro sobrevivente de sua espécie. Ele é nobre em todos os sentidos da palavra. Em contraste, Trapper é um criminoso de carreira e um trapaceiro, que pode trair Hal a qualquer momento. Então tem a Darlene, a nave de Hal, que odeia receber ordens dos outros e só quer ser deixada em paz. Isso tudo gera uma porção de zoação entre este elenco além de desenvolver algumas alianças bem incomuns entre um grupo tão distinto de personagens.

Proibido Ler: Desde sua estreia, Darlene se tornou minha personagem favorita na revista. Os diálogos entre ela e Hal são adoráveis. Ela foi inspirada por alguém conhecido ou algum outro personagem?

Venditti: Não. Naves com inteligências artificiais não são nenhuma novidade em ficção científica, então eu achei que seria uma mudança legal criar uma que odeia seu dono mas tem de obedecer sua ordens de qualquer forma porque isso é o que a nave é programada para fazer. Fico feliz que você está gostando. Darlene é sempre divertida de escrever.

 O novo visual do Lanterna Verde com a Manopla de Krona.

Proibido Ler: Nós vimos o poder da manopla de Krona nas últimas edições de Lanterna Verde, mas existe algum tipo de limitações para esta arma e seu portador?

Venditti: A manopla é bem mais poderosa do que um anel verde, e ela está ligada a seu próprio sistema de bateria em forma de mochila, então não precisa ser recarregada como um anel normal precisaria. Mas é um protótipo, isso significa que ela não é tão refinada quanto um anel. A interface não é tão suave, então algumas vezes a manopla "puxa" alguns pensamentos da cabeça de Hal e faz os "construtos" involuntariamente. Para alguém tão impulsivo como Hal, isso pode ser bastante perigoso.

Proibido Ler: Você está trazendo de volta o Relic, Mão Negra e conceitos estabelecidos bem no início de sua passagem pelo título. Nós também temos um time de Lanternas perdidos nos espaço (no novo título Green Lantern: Lost Army de Cullen Bunn)... Sem mencionar Sinestro (com um título solo também escrito por Bunn). Então, o que o futuro reserva para a linha de publicações dos Lanternas?

Venditti: Todos os títulos estão se encaminhando para o mesmo ponto lá na frente, mesmo que isso não seja totalmente aparente. Nosso objetivo é de que Green Lantern, Green Lantern: Lost Army e Sinestro sejam revistas independentes, mas que funcionem juntas se você esiver lendo as três ao mesmo tempo. Definitivamente existe uma arquitetura maior sendo montada, entretanto, sobre esta arquitetura... Não sou autorizado a falar!

O Professor Zoom vai atormentar Barry Allen nas próximas edições de Flash.

Proibido Ler: Falando sobre o Flash, Barry está de volta do mundo selvagem da Força da Aceleração e tem uma bagunça para arrumar em casa. O que aconteceu com este título após Covergence?

Venditti: O Flash se encontra frente a frente com um dos maiores vilões do universo DC, Eobard Thawne, também conhecido como Professor Zoom. Tudo o que Barry sabe é que o nome Thawne é de alguma forma conectado ao assassinato de sua mãe e que seu pai escapou da penitenciária de Iron Heights para tentar proteger Barry de descobrir muita coisa sobre isso. Como Barry descobrirá, o Professor Zoom vem planejando a destruição do Flash por um bom tempo, e durante este tempo ele reuniu um time perfeito para ajudá-lo a fazer isso.

Proibido Ler: Ven Jensen e você parecem estar convergindo para tramas que ecoam alguns temas do seriado de TV da CW após Convergence. Vocês tiveram algum contato com o time de roteiristas do seriado para sincronizar isso ou foi somente uma coincidência?

Venditti: É somente uma coincidência mesmo. Nós assistimos o programa, é claro, mas não estamos cientes do que eles estão fazendo lá antes dos episódios irem ao ar. E eu suspeito que eles também não saibam o que estamos fazendo com antecedência também. Quando nós assumimos este título (Em Flash #30 de Abril de 2014) - bem antes do programa ir ao ar - sabíamos que Eobard Thawne seria um dos grandes personagens que ainda não haviam sido introduzidos nos Novos 52 ainda. Pra falar a verdade, nós fizemos uma alusão a ele no Anual número 3 de Flash no nosso primeiro mês de publicação. Nós estávamos seguindo nesta direção desde aquela época. Foi somente um acidente que o seriado de TV tenha feito a mesma coisa.

 O Flash Futuro foi um dos conceitos introduzidos por Venditti em sua passagem por Flash.

Proibido Ler: Barry viu seu lado "feio" na forma do Flash Futuro. Como isso muda sua perspectiva agora?

Venditti: Eu acho que isso permitiu ele entender que sempre deve estar vigilante sobre o uso de seus poderes. Mesmo que ele nunca tenha sido corrupto, ele agora sabe vendo seu eu futuro que pode se tornar corrupto. É um verdadeiro despertar para o personagem.

Proibido Ler: As pessoas aqui no Brasil são loucas pelo Wally (West). Nós veremos mais dele como um corredor em edições futuras?

Venditti: Sim. Mas não posso dizer quando!

Proibido Ler: É curioso como a DC tem o mesmo cara escrevendo Lanterna Verde e Flash por algum tempo e nunca tivemos um crossover, mini-série ou algo envolvendo essas duas franquias nos Novos 52. Essa ideia já passou pela sua cabeça?

Venditti: É claro. E recebo perguntas sobre isso o tempo todo. Definitivamente é algo que gostaríamos de fazer, mas quando acontecer queremos que seja um evento que se desenvolva organicamente dentro das histórias que estamos contando. Hal já está no espaço há um bom tempo, então suas aventuras realmente não permitiram que ele cruze caminhos com Barry. Mas eles irão se encontrar eventualmente.

Proibido Ler: Você teve um trabalho difícil tendo que substituir dois autores aclamados em Lanterna Verde (quando substituiu Geoff Johns) e em Flash (substituindo Francis Manapul e Brian Buccelatto) e conseguiu segurar essa barra. Foi intimidante no inicio?

Venditti: Foi sim, mas eu não posso focar nessas coisas. Tudo que posso fazer é contar os tipos de histórias que gosto de contar do jeito que gosto de contá-las. E então esperar que os leitores gostem delas. Eu nunca penso em competir com outro escritor ou time criativo. Se eu competir com alguém será comigo mesmo.

Venditti é responsável pelo sucesso de X-O Manowar na Valiant.

Proibido Ler: Qual a principal diferença entre se trabalhar para a DC Comics e para a Valiant? Se é que existe diferença...

Venditti: Eu acho que a principal diferença seria que a Valiant é bem mais jovem, então é uma situação na qual estamos construindo uma continuidade do nada em muitas formas. Enquanto isso na DC, existem estas longas e ricas tradições que você pode fazer parte. E eu me sinto muito sortudo em ter esta oportunidade de trabalhar com as duas.

Proibido Ler: Alguma hora não fica confuso escrever todos estes títulos com prazos diferentes, elencos, artistas, editoras etc? Como você gerencia isso?

Venditti: Eu sou uma pessoa muito disciplinada e organizada por natureza, então isso nunca me confunde. E sou muito cuidadoso em não me sobrecarregar com muitos trabalhos para que eu sempre tenha tempo hábil em terminar um roteiro sem ter de escrever múltiplas histórias ao mesmo tempo.

Proibido Ler: Pergunta final e voltando à DC Comics. Você poderia dizer qual personagem gostaria de escrever na editora?

Venditti: Existem muitos. Eu não cresci lendo quadrinhos, mas a DC tem personagens tão clássicos que já fazem parte da consciência popular. Meu favorito provavelmente é o Superman. Me lembro de assistir Superman II (De Richard Donner e Richard Lester) no cinema quando era criança e aquilo me encantou. O Superman representa o melhor que um super herói pode ser.
     

  

terça-feira, 18 de agosto de 2015

HQ do Dia | 1602: Witch Hunter Angela

1602 e Angela - Duas criações de Neil Gaiman juntas pela primeira vez em Guerras Secretas.

Quando o mestre Neil Gaiman foi sondado pelo então editor chefe da Marvel, Joe Quesada em meados de 2002 para desenvolver o projeto futuramente batizado de 1602 ele nunca poderia imaginar que uma de suas criações mais populares na Image Comics, a caçadora de demônios conhecida como Angela estaria envolvida neste universo em algum momento. Mas esta é a "magia" de Guerras Secretas (e dos advogados da Marvel) e seus improváveis tie ins: Em pleno ano de 2015 temos duas criações distintas do mesmo autor, em dois momentos e editoras diferentes misturadas em uma mesma história em quadrinhos.

Em 1602: Witch Hunter Angela a dupla Kieron Gillen e Marguerite Bennett (que já conversou com a nossa equipe e atualmente escreve o título Angela da Marvel) nos leva de volta ao universo "Elizabetano" da corte do Rei James criado por Gaiman. Com poucas referências à série original, aqui Angela e a adorável fanfarrona Serah pertencem ao clã de caçadoras de bruxas que trabalham duro para livrar os domínios do rei das pragas amaldiçoadas. Mas nem só de bruxas e criaturas infernais vivem as duas moças. Uma nova ameaça surge no reino de James, os chamados Faustianos são seres humanos que fizeram pactos com entidades arcanas obscuras em troca de poderes e são o novo alvo da perigosa caçada que se inicia na primeira edição de Witch Hunter.

Em termos de linguagem e formato, Gillen retorna a seu estilo "irônico / rebuscado" muito popularizado em sua passagem por Journey into Mystery também da Marvel que "contamina" totalmente sua co-autora. Então, se você for ler o material na língua original, prepare-se para diálogos levemente rebuscados, mas cheios do veneno típico do autor. A dupla de roteiristas divide o roteiro entre cenas, mas para o leitor a transição é quase que imperceptível. A estrutura de roteiro vai direto ao ponto e logo nas primeiras páginas já surpreende com uma revelação muito inesperada sobre um dos personagens mais importantes deste elenco de apoio. Daí para frente a dupla de protagonistas parte em sua jornada à caça dos tais Faustianos e os autores balanceiam muito bem o tom levemente sombrio e por vezes meio violento com doses de humor ácido e sutil tipicamente britânico. Bennett constrói uma ponte irretocável para o clímax e apresentação do antagonista na primeira edição e, apesar deste ser mais um daqueles tie ins que não tem quase que relação alguma com o conceito principal (excluindo as interjeições citando o "Deus Destino") de Guerras Secretas, é uma leitura fluida e bastante agradável. Vale destacar também as pontuais presenças e referências à autores da literatura anglo saxônica clássica como personagens vivos deste universo.

Assim como no título regular de Angela, a ilustradora Stephanie Hans alterna seus trabalhos com outro artista, desta vez a talentosa Marguerite Sauvage. E que combinação afortunada! O traço mais cartunesco (porém detalhista) de Hans nos introduz à história enquanto Sauvage que tem uma pegada visual mais épica lida com a parte da ação mística da segunda parte da história de maneira brilhante. Witch Hunter é visualmente impecável tanto no redesenho de seu elenco (a indumentária de Angela é digna de entrar na continuidade "normal" da editora) quanto na divisão de estilos no decorrer da história. Dois estilos diametralmente opostos de ilustração que se complementam perfeitamente.

1602: Witch Hunter trás o que temos de melhor no título mensal de Angela (o dualismo entre as duas protagonistas e os diálogos "espertinhos") para dentro de um universo épico fantasioso com a dose certa de humor ácido, misticismo e violência. Apesar do roteiro praticamente isolado do plano geral de Guerras Secretas, os roteiristas aproveitam uma linha temporal da Marvel que não está entre as preferidas dos leitores e criam uma história movimentada, divertida e com certo grau de imprevisibilidade. O roteiro é apresentado de maneira magnífica pela dupla de artistas com uma alternância brusca entre estilos que só beneficia a leitura. Para quem quer aproveitar a "pausa" na continuidade atual da Marvel e curtir um tie in agradável e bem feito Witch Hunter é uma boa pedida.

  


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

HQ do Dia | Doomed #1

O vírus que quase matou o Superman cria um monstro na nova Doomed da DC Comics.

Grande parte dos leitores tem um conhecimento superficial da relação entre Superman e Apocalipse. Morte, ressurreição, revanche... Enfim... Ascensão e queda de um ícone é sempre um tema frutífero. Durante sua passagem pelos títulos do Homem de Aço nos Novos 52, o autor Scott Lobdell desenvolveu o conceito do Vírus Apocalipse: Uma enfermidade derivada do vilão homônimo que acometeu o Azulão o transformando em uma monstruosidade e que quase comprometeu sua sanidade assim como sua vida. Com a chegada da nova linha de quadrinhos da DC Comics pós-Convergence, Lobdell expande o conceito do Vírus Apocalipse introduzido no arco Doomed de Action Comics e cria um novo personagem na mitologia de Metropolis no novo título Doomed que estreou no meio deste ano na editora.

Doomed basicamente nos conta a história de como o jovem candidato a estagiário nos Laboratórios
S.T.A.R. chamado Reiser é infectado pelo tal vírus e se torna a criatura monstruosa da capa. O roteiro de Lobdell é totalmente focado no protagonista que coincidentemente mora no mesmo prédio de Clark Kent, mas divide o apartamento com outros colegas para pagar o aluguel e tem de cuidar de sua Tia Belle, uma idosa que vive sozinha e tem alguns problemas de memória. Em seu primeiro dia de estágio Reiser é contaminado pelo Vírus Apocalipse e é aí que mora a falha mais escandalosa no roteiro de Lobdell.

A ausência do clássico e manjado motivo "acidente de laboratório que cria um monstro" é substituído por algo MUITO PIOR: "Imbecil tira intencionalmente o equipamento de proteção individual em uma área com contaminantes perigosos desconhecidos". Portanto ao tentar inovar o roteirista acaba ridicularizando (de uma forma nem um pouco intencional ou divertida) e diminuindo seu protagonista. Você quer ler sobre um personagem unidimensional, sem carisma e sem a mínima noção de que roupas de proteção contra risco biológico tem um motivo de existirem? Doomed foi feita pra você então. Fora a premissa do arco de origem ser mais fraca do que cafézinho de supermercado, o desenvolvimento de um elenco de apoio é praticamente nulo, os diálogos não tem absolutamente nada de especial e o ritmo sonolento do gibi fazem estas 23 páginas parecem umas 839. Se isso não te faz perder o interesse na leitura eu não sei o que faria então.

A arte de Javier Fernandez não tem nada a ver com a incompetência de Lobdell em nos entreter. O artista apresenta uma edição de estreia razoavelmente ilustrada para os padrões super heroicos atuais. Boa caracterização do protagonista como monstro, design de personagens relacionável, enquadramento sóbrio e inteligível, expressões faciais certinhas. Enfim, a arte faz seu dever de casa em Doomed.

O mais triste em Doomed é que lendo a primeira edição nota-se claramente que Scott Lobdell acredita na história que se propõe contar. Se a HQ fosse tratada com um tom lúdico meio chacota até seria compreensível as falhas na premissa e a falta de profundidade no protagonista e neste elenco. No entanto esta é, em teoria, uma história "séria" e mesmo comparando com os títulos mais fracos da editora (e do mercado) atualmente o gibi não fica muito bem na foto em termos de história. A arte de Javier Fernandez não compromete em nada um roteiro que já tedioso e raso suficiente por si só. O fracasso da revista é culpa exclusiva de Lobdell que trata não só seu protagonista como idiota, mas também qualquer um que se prestar a pagar quatro dólares por um troço desses.

  

sábado, 15 de agosto de 2015

HQ do Dia | Divinity - Saga Completa

A Valiant apresenta seu messias: O cosmonauta Soviético e negro chamado Divinity.

 
Moscou, 1945. Abram Adams é um bebê negro abandonado convenientemente às portas da residência do ministro de relações exteriores da Rússia. Seus pais adotivos eventualmente morrem e Abram é adotado pelo Estado. Seu potencial para a ciência é reconhecido e o jovem é educado com o melhor que a "pátria mãe" pode oferecer a seus filhos em termos de formação acadêmica. Durante o período pré-Guerra Fria, o jovem (juntamente com outros dois candidatos) é selecionado para o programa espacial secreto mais ousado da União Soviética - Levar três cosmonautas aos limites da universo conhecido. Em um veículo espacial capaz de atravessar grandes distâncias e através de uma série de etapas de hibernação criogênica a equipe embarca em uma missão de 30 anos para explorar os limites da realidade. 

Divinity é uma série em quatro partes lançada este ano pela Valiant Comics. A HQ escrita por Matt Kindt (The Valiant, Mind MGMT) e ilustrada por Trevor Hairsine (X-Men: Gênese Mortal, Harbinger) conta o que aconteceu na missão de vinte e sete anos de Abram pelo espaço, como esta jornada cósmica o transformou no messias com poderes de alteração de realidade chamado Divinity e o que acontece quando um ser com este nível de poder, conhecimento e iluminação cósmica chega ao Universo Valiant atual. 

O roteiro de Kindt nos apresenta Abram através de caixas de texto em terceira pessoa naquele formato clássico em arcos de origem. O roteirista tempera a história com artifícios cíclicos muito sutis: É como se o personagem estivesse observando sua própria origem e até influenciando eventos marcantes de sue próprio passado no decorrer da trama. Não fica claro para o leitor se isso é somente uma ferramenta narrativa ou se Abram realmente tem o poder de alterar sua própria história. Isso gera um misto de curiosidade e desconforto que permeia a história inteira e estimula a leitura. O texto de Kindt é classudo e belíssimo e tem aquele aroma clássico de histórias cósmicas de origem. De volta ao planeta Terra, o protagonista se depara com a equipe oficial da Valiant conhecida como Unity e composta de Guerreiro Eterno, Ninjak, Livewire e XO-Manowar e a partir da metade da saga o roteiro ganha tons de ação sci-fi enquanto o time tenta conter o que consideram uma ameaça grande demais para nosso planeta. O confronto entre a equipe de super seres e Divinity é um misto de batalha por auto conhecimento e luta de super heróis. O time depende muito de concentração para enfrentar um inimigo que pode alterar sua própria percepção de realidade e isso torna o embate um pouco diferente das batalhas com socos, raios e pontapés com as quais estamos acostumados neste tipo de quadrinhos. Alternando entre estas cenas, os flashbacks cósmicos e pessoais de Abram e o impacto desta nova divindade em uma comunidade de seguidores no Outback Autraliano, Kindt dá movimento e dinâmica ao roteiro que poderia facilmente se tornar entediante à partir da terceira edição. A conclusão introduz um personagem extremamente complexo e contraditório na Valiant além de abrir precedentes para várias tramas narrativas envolvendo este elenco.

As ilustrações de Trevor Haisine em Divinity seguem seu estilo clássico de arte sequencial já conhecido dos leitores de Harbinger: Design de personagens sóbrio e consistente, fluxo narrativo inteligível, lindas expressões faciais emotivas, cenários cuidadosamente fotografados e cenas de ação impactantes e eficazes. Tudo muito caprichado e ideal para os amantes de traço clássico de quadrinhos. A colorização nas passagens mais "cósmicas" é de extremo bom gosto e francamente não há o que destacar em uma apresentação gráfica com esse grau de consistência.

Divinity, assim como muita coisa publicada pela Valiant, muito provavelmente passou despercebido do radar de grande parte dos leitores de quadrinhos atuais. Mas em um mercado saturado de reciclagem de ideias e a adaptações étnicas de franquias para atender as necessidades de uma realidade mais inclusiva, um protagonista negro, inteiramente novo e com este grau de poder e iluminação em um dos universos mais coesos da atualidade é de fato louvável. Matt Kindt e Trevor Hairsine introduzem um conceito forte e um personagem marcante se valendo de uma premissa simples, mas original e suportado por um roteiro sólido e sensível com uma apresentação gráfica de alto nível.




sexta-feira, 14 de agosto de 2015

DC Comics | Veja todas as capas variantes inpiradas em Looney Tunes nos títulos de Novembro

Esta semana a DC Comics anunciou que seu tema de capas variantes do mês de Novembro será inspirado no universo de desenhos animados Looney Tunes da Warner. Em prévias espalhadas por diferentes veículos da internet a editora divulgou hoje todas as 25 capas alternativas.
Abaixo você confere a lista de todos os artistas com as respectivas capas:

Action Comics #46 de Neil Edwards, Jay Leisten, Jeremy Cox;
  

Black Canary #6 de Pia Guerra; Grayson #14 de Mikel Janin; 


Robin: Son of Batman #6 de Pat Gleason e Mick Gray;   



Superman/Wonder Woman #23 de Karl Kerschl; Aquaman #46 por Ivan Reis e Brad Anderson;

 
Batman #46 por Yanick Paquette e Nathan Fairburn; 

 
Batman/Superman #26 por Ryan Sook;  


 Cyborg #5 por Cully Hamner;  


 Deathstroke #12 por Ryan Benjamin;  

 
Detective Comics #46 de Ben Caldwell;  

 
The Flash #46 by Francis Manapul;  



Green Arrow #46 de Kevin Nowlan;  


Green Lantern #46 de Jorge Corona;  

 
Harley Quinn #22 de Amanda Conner e Paul Mounts; 

 
Justice League #46 por Scott Williams e Alex Sinclair;  


JLA #6 de Howard Porter e Hi-Fi;
  

New Suicide Squad #14 por Bill Sienkiewicz;
  

Teen Titans #14 por Joe Quinones;  


Wonder Woman #46 de Terry e Rachel Dodson;
  

Batman Beyond #6 de Craig Rousseau;  


Catwoman #46 de Darwyn Cooke; 


Sinestro #17 por Dan Panosian; 


Starfire #6 de Emanuelle Luppachino e Tomeo Morey; 



e Superman #46 de Ryan Sook.


E aí, qual a sua capa favorita? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.

HQ do Dia | The Omega Men #1

Conheça os Omega Men, os terroristas cósmicos da nova DC Comics.

Omega Men é uma antiga franquia da DC Comics criada originalmente por Marv Wolfman e Joe Staton no início da década de 1980 que faz parte do elenco cósmico da editora figurando principalmente em títulos relacionados aos Lanternas Verdes. O premissa básica de Omega Men é a de um grupo de guerrilheiros espaciais renegados que lutam para libertar seu sistema planetário (chamado Vega e composto por vinte e cinco planetas habitáveis) da tirania dos clones da Cidadela - uma base militar estabelecida em uma das luas de Vega

Com a chegada da nova linha de publicações da DC Comics ficou a cargo do co-autor da ótima série de ação / espionagem Grayson, Tom King e do desenhista estreante Barnaby Bagenda a tarefa de adaptar este elenco e conceito para o universo atual da editora. 

Uma coisa que o leitor mais casual tem de ficar atento ao escolher a leitura de The Omega Men é que
este definitivamente não é um típico gibi pra se ler de maneira casual. Primeiramente porque a história mostrada nesta primeira edição é continuação direta da prévia de oito páginas divulgada durante Convergence que mostra os Omega Men assassinando brutalmente o Lanterna Branco, Kyle Rayner (não é spoiler) no melhor estilo ISIS. Segundo porque Tom King não faz a menor questão de escrever a revista de maneira "mastigada". Como em um thriller de ação militar, o autor (que por anos trabalhou na divisão anti-terrorismo da CIA) joga conceitos, linguagem e maneirismos do elenco na sua cara logo nas primeiras páginas e não temos aquele formato de roteiro amistoso e sim cenas de ação muito violentas e movimentadas que por vezes podem parecer sem sentido. Terceiro que, tirando algumas exceções, não fica claro quem são exatamente os protagonistas aqui. Os Omega Men não são mocinhos, não são altivos, não jogam limpo e suas intenções não são muito claras a princípio.

Então o que há para se gostar neste roteiro? A falta de condescendência do roteirista com o leitor cria um fenômeno interessante que é um entendimento de camadas narrativas em uma eventual releitura. Leia a primeira vez e a quantidade de informação solta somada a um ritmo de ação epilético vai te deixar atordoado. Leia uma segunda vez e você provavelmente vai começar a identificar um pouco das personalidades dos principais protagonistas desta série e perceber leves analogias ao terrorismo no contexto atual. Portanto, por mais difícil que seja gostar deste título em uma primeira leitura, com o tempo este elenco e o jeito pelo qual a história é apresentada acabam cativando um leitor um pouco mais paciente.

Visualmente na primeira edição de The Omega Men, Barnaby Bagenda usa um artifício que à primeira leitura não pode ser percebido pelo leitor mais desatento: Grande parte destas páginas são divididas em nove quadros retangulares criando uma simetria quase que entorpecente que contrasta brutalmente com a aparente "confusão" no roteiro. Alguns quadros por vezes se fundem em 2 ou 3 painéis maiores e o ilustrador também não se furta de utilizar páginas inteiras para apresentar algumas cenas mais chocantes visualmente, mas no geral esse formato mais "empacotado" cria um efeito visual simples e quase que imperceptível, mas que torna a leitura (e uma eventual releitura) bem confortável. O design de personagens em The Omega Men é notavelmente cuidadoso e detalhado. Todo sujeito que aparece em cena é minuciosamente retratado em tons "marmorizados" e expressões bem apropriadas ao roteiro. Uma arte que difere um pouco da linha de quadrinhos da editora por mergulhar fundo no aspecto sci-fi clássico do visual, mas com um estilo de colorização bem épico.     
 
A edição de estreia de The Omega Men se diferencia de todas as publicações da nova linha de quadrinhos da DC Comics após a saga Convergence por um simples motivo: O gibi em momento algum subestima a inteligência e percepção de seu público alvo. Isto aqui é indigesto. Isto aqui tem muitas camadas. Isto aqui não vai passar a mão na tua cabeça e sentar contigo pra te explicar o que diabos está acontecendo. Em um mercado que atualmente trata boa parte de seu público alvo como consumidores acéfalos, Tom King e Barnaby Bagenda podem se orgulhar de tratar seus leitores como seres humanos perfeitamente capazes de entender uma trama de ação político / militar com um objetivo a longo prazo. Isto aqui definitivamente não é para todo mundo, mas para quem experimentar e gostar da primeira edição estamos diante de uma grande promessa para esta nova linha de publicações da editora.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Marvel | Nova série com Garota Lua e Dinossauro Demônio após Guerras Secretas

Surge Lunella Lafayette, a mais nova heroína da Marvel após Guerras Secretas.

No final da década de 1970 a Marvel publicaria a série Dinossauro Demônio . A criação de Jack Kirby contava as aventuras de um Tiranossauro Rex vermelho e seu companheiro, o homem-das-cavernas conhecido como Rapaz Lua em um universo alternativo no qual homens e dinossauros co-existiam. A série não durou muito tempo, mas os personagens de Kirby tem uma empatia tão grande com os fãs da editora que por diversas vezes fazem pequenas aparições em títulos e sagas da Marvel

Com o advento da saga Guerras Secretas e a futura reformulação da linha de publicações da editora após o evento várias novas revistas serão introduzidas na já extensa lista de publicações da editora. Uma dessas é a recém anunciada, Moon Girl and Devil Dinossaur.

O título será escrito por Amy Reeder (Madame Xanadu, Batwoman) com Brandon Montclare (Rocket Girl, Fear Itself: Fearsome Four) e terá arte de Natacha Bustos (Strange Sports Stories) e introduzirá a pré-adolescente Lunella Lafayette - também conhecido como Moon Girl.



Segundo os autores que falaram exclusivamente para o EW o intuito da publicação é atingir uma gama de público que contemple faixas etárias bem distintas entre si. Ainda segundo a duplas, jovens e adultos poderão apreciar Moon Girl and Devil Dinossaur assim como ocorre com os filmes da Pixar. As histórias, ao contrário do título original, se passaram na Nova York dos tempos atuais, mas terão alguns flashback sobre o passado do dinossauro, além da participação indispensável do Rapaz Lua, segundo os roteiristas do título.

A Marvel não divulgou data exata para a estreia de Moon Girl and Devil Dinossaur, mas os novos título pós-Guerras Secretas começam a pipocar na editora à partir de Outubro.